28 de fevereiro de 2011

Diana Krall - Cry Me A River

Por meros 6m:23s, esqueçam as crises, as chatices, ponham os phones, fechem os olhos, respirem fundo e deixem-se levar pela voz aveludada de Diana Krall.

Façam o favor de ser felizes !


25 de fevereiro de 2011

Sou ateu ... que chatice !

Muitas vezes tenho reflectido sobre a dificuldade acrescida que se tem em ser ateu, como é o meu caso.
Nos momentos de grande dificuldade, onde nos deparamos com situações que se revelam de quase impossível resolução, deve ser muito libertador, muito tranquilizante, acreditar-se em Deus, seja ele qual for, assuma ele a forma que assumir.
Poder chegar a um ponto limite, onde se baixam os braços e se diz :

- Chega ! não aguento mais isto, vou entregar este assunto a Deus que ele há de resolver.

E ter a capacidade de acreditar piamente neste Deus, de forma a libertar-se automaticamente da pressão e da angústia em que se vive quando os problemas se revelam de resolução impossível, ou próximo disso, deve ser de facto um alívio.
E o que admiro ainda mais, é que apesar de muitas vezes o problema não se resolver, antes se complicar, os crentes têm a capacidade de aceitar isso como sendo um desígnio de Deus, e como tal não o encaram com o fatalismo com que os ateus o encaram.
Limitam-se, nesse caso, a dizer :

- É assim, foi a vontade de Deus, há que aceitar.

Para os que, como eu, não têm esta capacidade (e hoje acredito que é mesmo uma capacidade), ser ateu é ter de conviver, sempre que os problemas e as dificuldades nos surgem, com níveis de preocupação e de angústia muito superiores.
Assumimos de imediato que nada se resolverá per si, e que temos de ser nós, invariavelmente, a arrepiar caminho, a meter mãos à obra e a resolver o que há para resolver.

Tenho alturas em que me arrependo de não ser crente, é que isto de ser ateu dá cá um trabalhão !

23 de fevereiro de 2011

Até sempre Zeca !

Faz hoje 24 anos que Portugal assistiu à morte dum dos seus mais ilustres filhos, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos de sua graça. Zeca Afonso para todos nós.
Tecer aqui rasgados elogios a este maravilhoso homem, ou fazer passar aqui uma das suas magnificas canções, seria fácil e seguramente que já muitos o terão feito hoje.
Pareceu-me mais importante e muito mais adequado, divulgar aqui um pequeno excerto duma entrevista que ele concedeu em 1984, e que infelizmente está tão actual que bem poderia ter sido concedida hoje mesmo.

Gostaria muito que milhares de jovens do Portugal de hoje pudessem ver e ouvir este pequeno trecho e que pensassem e reflectissem sobre estas sábias palavras.

21 de fevereiro de 2011

Leãozinho ... sem juba !



p.s.
Fora a brincadeira, a música é linda e digna de ser ouvida até ao fim.

20 de fevereiro de 2011

Soares, de novo.

Depois de no último post ter deixado, mais uma vez, bem patente a admiração e o carinho que nutro pelo Dr. Mário Soares, eis que, hoje, ao chegar a casa e após abrir a caixa do correio me deparo com esta sua nova faceta.


Diga-se, aliás, e em abono da verdade, que mais valia ao Dr. Mário Soares ter descoberto esta sua faceta antes de ter metido na cabeça em ser político.
Para ele podia não ter sido tão bom, mas para Portugal e para os Portugueses teria sido bem melhor !

16 de fevereiro de 2011

Soares ... ainda Soares !

Mesmo retirado da vida política activa, ou pelo menos assim aparenta, o Dr. Mário Soares continua a demonstrar que não consegue passar sem os seus inflamados discursos populistas, que visam, como sempre visaram, agradar a Gregos e Troianos.
Na sua coluna de opinião no DN, o Dr. Mário Soares, aproveitando a onda positiva que se formou a partir da praça Tharir, elaborou um texto onde se revela igual a si mesmo, sempre disposto a piscar o olho à esquerda, à direita, ao centro e todas as demais direcções que possam surgir.
Começa o seu artigo duma forma tão inflamada que quase me assustou, cheguei a temer que fosse reclamar também para si a paternidade da mudança de regime no Egipto, como fez com o 25 de Abril, onde nem "padastro" chegou a ser.
Usou para o efeito, a sempre sonora expressão "O Povo é quem mais ordena", mas que vinda da sua boca soa a oco e a falta de respeito, porque a a mesma deve ser proferida apenas por quem efectivamente a sente e por ela lutou e continua a lutar.
Na continuidade do seu artigo está, como é óbvio, uma vénia monumental aos seu Padrinhos Americanos (afinal de contas, não há almoços grátis, não é assim Sr. Dr. ?), agora pessoalizado na pessoa de Obama.
Claro ! então ele é parvo, não ?
Agora Obama é fixe (onde é que nós já ouvimos isto Sr. Dr. ?), e para ajudar à envolvência popularucha do seu discurso, aproveita para dar umas pauladas ao já moribundo Bush, que sempre ajuda a fazer regozijar mais uns tolos (não que as pauladas a tal animal não sejam bem arreadas, claro).
Mais adiante, e ao melhor estilo Hollywoodesco, onde é preciso ter o publico sempre agarrado, o Dr. Soares aproveita para vomitar umas frases carregadas de antissemitismo, que nos dias que correm e para aqueles que gostam pouco de pensar e de ler as suas entrelinhas, é coisa que fica sempre bem.
Mais para o fim do artigo, e quase se esquecendo da sua condição de laico, o Dr. Soares decide, praticamente, aderir ao Islamismo.

A verdade é que depois de ler o artigo do Dr. Soares, eu próprio fiquei como que viciado nos seus clichés e chavões populistas, de tal forma que sou eu que agora não resisto a acabar este meu singelo post com duas "pérolas" idênticas :

- O Dr. Soares acha que somos todos tolos, não acha ?
Pois olhe que não Sr. Dr. olhe que não !

E só para acabar, deixe-me perguntar-lhe (leiam em Castelhano, se não for pedir muito) :
- Y tu porque no te callas ?

14 de fevereiro de 2011

Praça Tharir - Acordo Ortográfico, qual a relação ?

Durante o período de tempo que duraram as manifestações na Praça Tharir, fomos, nós Portugueses, presenteados com mais uma pérola resultante do tão sui-géneris acordo ortográfico.
Quem não viu, nas páginas dos jornais ou nos ecrãs de televisão, em rodapé, notícias relativas ao estado das manifestações no Egito (sem “p”), para logo de seguida os mesmíssimos jornalistas se referirem à força e determinação do Povo Egípcio (agora já com p).
Das duas uma, ou não tinham tirado o “p” ao Egipto, ou então, tinham “acordado” que a partir de agora já não existiam mais Egípcios (com “p”), mas sim … Egicios ou Egitcios (escolham a que mais lhes convier).
É, de facto, uma vergonha o atentado que este acordo ortográfico constitui para a língua Portuguesa, e presta-se a situações caricatas como esta que acabo de relatar.
Todos sabemos, e não leiam nas minhas palavras qualquer nacionalismo exacerbado e bacoco, que este acordo serviu uma série de interesses e que se vergou ao número de falantes da nossa língua com “sotaque”. Bem sei que no Brasil se diz Egito, mas não teria sido este acordo uma excelente ocasião para reforçar e revitalizar a língua Portuguesa junto dos restantes povos que a têm como língua oficial, tentando que fossem estes a melhorar e a incorporar a correcção da nossa (deles também) língua Portuguesa ?
Penso que sim. Assim como penso que uma língua viva sofre obviamente alterações, que se incorporam com o tempo e com a racionalidade do seu uso, mas nunca através de imposição por lei ou decreto como aquele que agora foi feito.

Quanto a mim, vão-me desculpar, mas Egipto foi, é, e há de continuar a ser com “p” !

11 de fevereiro de 2011

Nostalgias.

Quando criei o “chegateaqui” fi-lo com o firme propósito de estar a criar um espaço de debate, de troca de ideias, de intervenção e de luta, de chamada de atenção para o que me parece importante.
Mas tão ou mais importante que isso, também o fiz com o objectivo de, sempre que possível, me divertir e divertir os que por aqui passam.
Hoje, vá-se lá saber porquê, acordei nostálgico com os primeiros tempos do “chegateaqui”, onde a palhaçada era por vezes intensa e durava o dia todo.
Sem menosprezar aqueles que por aqui passam todos os dias, e que me seguem com fidelidade e amizade, hoje quero manifestar aqui as saudades que tenho das picardias e das longas prosas mantidas com o meu bom amigo Ferreira Pinto, que se prolongavam depois para o seu/nosso “Abirritante”.
As saudades que eu tenho das participações sempre activas, reivindicativas e carregadas de humanismo da minha grande amiga “Fada do Bosque”, ela sim, a verdadeira Maria da Fonte dos novos tempos.
As saudades que eu tenho das participações sempre acutilantes e carregadas de cultura e sabedoria do meu amigo de longa data, Rui Herbon, e da sua “Escada”.
E então o que dizer dos comentários sempre serenos, astutos e certeiros do meu amigo Paulo Lobato do “Foguetório”.
Por onde andam as intervenções sempre justas e carregadas de “verde” da amiga Manuela do “Sustentabilidade”, ou a sensibilidade e alma poética da Benjamina e do seu “Armazém” ?
E por falar em almas poéticas, sinto saudades das visitas da amiga Maria Josefa Paias, ela que se mantém em grande nível, seja “Restolhando”, seja andando por aí a “Direito e Avesso”.
A todos vós, um grande abraço e desejos de um bom fds.

Hoje deu-me para isto !

9 de fevereiro de 2011

Novas exportações ?

O 1º Ministro, José Sócrates, veio ontem anunciar que as exportações Portuguesas cresceram 15% em 2010.
Não vou dizer que fiquei triste, como é óbvio, mas ao ler, também no mesmo dia, e até no mesmo jornal, que em 2010 o número de desempregados por dia em Portugal chegou aos 236, fico com a sensação que se calhar para as contas do INE relativamente às exportações, passaram a contar com o número de Portugueses que diariamente se viu na contingência de ter de emigrar como forma de subsistência.
Será que agora o INE já considera "carne humana" como matéria prima que conta para os números relativos à nossa exportação ?

5 de fevereiro de 2011

Pensamentos.

Sinto-me hoje muito mais completo por já só ser um terço daquilo que já fui.
Os dois terços que compõem o restante do meu ser são repartidos em partes iguais, por um terço de esposa e outro tanto de filho.
E assim, com tão rica composição dos outros dois seres mais importantes da minha vida, ganhei uma dimensão muito superior.

3 de fevereiro de 2011

Direita embalsamada.

Primeiro na Tunísia, depois no Egipto, agora no Iemen, amanhã, quem sabe, "numa loja perto de si" !
O Povo oprimido não suporta mais os abusos das tiranias e dos opressores, que criam crises fictícias para manterem amordaçados e sob rédea curta aqueles que, por força do seu trabalho e da cada vez menor liberdade e qualidade de vida, lhes proporcionam vidas faustosas.
A voz da razão jamais poderá ser calada, e a revolta do Povo é imparável.
Podemos estar a assistir, finalmente, à queda dos Imperialismos e das Tiranias que durante (demasiadas) décadas e sustentadas por selvagens políticas de direita, têm levado a Humanidade a uma existência inferior.



É hora de "embalsamar" a corja e devolver ao Homem a dignidade que ele merece.