Contagiado, quem sabe, pelas longas e nada enfáticas explicações quase diárias do novo Ministro das Finanças, relativamente às formas de cálculo dos novos impostos que vão inventando como forma de extorquirem cada vez mais dinheiro ao Povo Português, também eu me botei, um destes dias, a fazer umas contas, uns cálculos, umas previsões e … não é que dei por mim a descobrir que me vou reformar daqui a 2 anos !
Eu vou tentar explicar, de forma mais sucinta e agradável que o nosso Ministro das Finanças costuma fazer, espero eu.
De cada vez que se fala do nosso trajecto de trabalho, fazemo-lo recorrendo normalmente ao termo “vida profissional”.
Pois bem, no meu caso, o termo é perfeitamente acertado e adequa-se na perfeição àquilo que foi o meu trajecto profissional.
Vivi, até ao momento, de forma plena, intensa, séria, honesta e competente todos os dias da minha vida profissional, assim como, diga-se em abono da verdade, tenho vivido da mesma forma a minha vida pessoal, e entenda-se por vida pessoal toda a restante vida que nada tenha que ver com as questões profissionais.
Assim sendo, e pondo-me a pensar sobre isto, conclui, e bem, que no meu caso nem se pode dizer que a vida profissional tenha sido um complemento (ou prestação extraordinária, usando termos tão do agrado do Sr. Ministro das Finanças) da vida pessoal.
Nada disso !
Foram duas vidas vividas plenamente, e que seguiram paralelas, sem se entrecruzarem naquilo que aqui importa, que é o somatório dos tempos de vida.
Passo a explicar :
Tenho 41 anos de vida, e levo 21 anos de vida profissional (sim, comecei cedo, aos 20 aninhos. As faculdades e afins vieram depois, aos 21 anos, e em regime nocturno, que aqui o rapaz nunca teve vida fácil e tinha de trabalhar durante o dia para o sustento), tendo em conta o que atrás expliquei, o meu tempo real de vida resulta da soma destas duas vidas, o que perfaz, no momento actual, o valor de :
41+21=62
Está a acompanhar o raciocínio, Sr. Ministro ?
Pois bem, por esta ordem de ideias, e se V.Exa. não se lembrar de alterar a idade de reforma até 2013, então, nessa altura, a minha idade real de vida, será :
43+23=66
Ou seja, acima dos 65 anos, que é a idade limite para a reforma, o que me garantirá, e isso posso eu desde já assegurar-lhe, que EU me reformo em 2013.
Se V.Exa., ou o meu patrão, notarem alguma diferença na minha performance quando chegarmos a essa altura, não se admirem, EU reformei-me !
E sabe como é Sr.Ministro, uma pessoa que levou a vida de trabalho intenso que eu levei, quando chegar à reforma, não está para mexer nem mais uma palhinha.
p.s.
Sr. Ministro das Finanças, caso tenha alguma dificuldade com as contas que aqui lhe apresentei, fale com o seu colega Nuno Crato, que na Matemática é o homem um barra.