20 de setembro de 2010

Ainda os ciganos.

Discordo profundamente da forma como a questão dos ciganos deportados em França tem sido tratada como sendo uma questão de Esquerda ou de Direita, fazendo-nos crer que quem defende que não deviam de ter sido deportados é de esquerda, e quem pensa de forma contrária é de direita.
Não me parece que passe por aí a questão dos ciganos, ou se passar, então, terei de rever as minhas argumentações e o meu posicionamento de esquerda.
A questão aqui é iminentemente legal, isto é, vivemos numa sociedade regida por leis e aqueles que não as cumprem devem sujeitar-se às penas estabelecidas.
Acampamentos clandestinos de pessoas, ciganas ou não, podem e devem ser motivo da intervenção das autoridades reguladoras e/ou policiais.
Querem defender os ciganos só porque são ciganos, porque fica bem dizermos que respeitamos raças e étnias diferentes ?

Então deixem-me colocar-lhes esta questão :

Em 1993 visitei a Guiné-Bissau juntamente com um amigo Guineense que trabalhava comigo. Conheci por lá gente de variadíssimas étnias, uma vez que na Guiné existem várias étnias diferentes dentro do mesmo território.
Conheci algumas pessoas do norte da Guiné, duma zona onde, me contaram, até em tom de gozo, haverem tribos onde o canibalismo era aceite, até há bem pouco tempo atrás, como uma prática normal.
Como devem calcular, é bem possível que possamos ter hoje em dia a viverem em Portugal várias pessoas dessa zona da Guiné.
Se um dia destes eles decidirem começar a comer um ou outro vizinho ao pequeno-almoço, devemos aceitar isso, para não sermos acusados de desrespeitadores duma cultura diferente da nossa ?
Não creio, certo ?
Pois é !
Respeitar raças e étnias ? sim, concordo.
Respeitar credos e religiões ? sim, concordo.
Respeitar tradições ? sim, concordo.
Mas quando elas colidem com a legislação vigente, então, paciência, terão de se sujeitar aos castigos previstos, ou, como foi o caso em França, á sua deportação, como manda a lei.
E não me venham com esquerdices ou direitices nestas matérias, pois trata-se apenas de fazer cumprir a lei, nada mais que isso.

2 comentários:

  1. Olá Eduardo,
    É lamentável que este problema gravissimo tenha começado a ser visto dessa forma, ou seja, é culpa da esquerda é culpa da direita, e a responsabilidade é empurrada de uns para os outros.
    A questão de fundo que aqui se coloca é que estamos perante cidadãos europeus, cidadãos que tal como todos os outros, têm direito à livre circulação. Se me disseres: "pois, mas eles não cumprem com as regras do país onde vivem, vivem em acampamentos, por vezes provocam discussões, causam disturbios, etc.".
    Pois é!
    E eu pergunto. Ninguém pensou nestas questões (que eram óbvias para o comum dos mortais) quando abriram as fronteiras? Estavam à espera de quê? De mudar modos de estar, culturas ancestrais? Só pensaram nos europeus muito bem comportadinhos?
    Quando abrirem as fronteiras aos guineenses que ainda praticam o canibalismo(?), Amigo, temos pena...
    Agora, correr com eles (ou outros) desta forma, não!
    Não os deixassem entrar. Agora respeitem lá o estabelecido na Livre Circulação de Pessoas.
    Abraço.

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  2. Politizaram uma questão que, tal como disse, é essencialmente legal.
    E deve ser analisada na sua legalidade, tanto pela questão dos vários incumprimentos dos ciganos, bem como, pela questão que muito bem apontas da Livre Circulação de Pessoas.
    Analisem bem e vejam de que lado está a razão, mas por favor deixem-se de direitas e esquerdas nesta matéria.
    Orgulho-me muito da minha total ausência de sentimentos racistas, o que nem é de estranhar, dado que na minha infância e juventude grande parte dos meus amigos eram oriundos de África, que vieram viver aqui para Almada. Só mais tarde fui para o Alentejo, e tenho tenho também bons amigos de "raça" Alentejana, ou não fosee eu filho deles !
    Tenho amigos Africanos, Brasileiros e até um Asiático, tenho amigos Muçulmanos, e nunca isso me fez qualquer confusão, antes pelo contrário, sempre adorei o contacto como a diferença.
    Mas não me peçam para gostar e aceitar de ânimo leve uma étnia que não quer nem nunca quis integrar-se, que nunca quiseram trabalhar (quantos ciganos conhecem que estejam empregados ?), que não permite que as suas mulheres namorem ou casem com homens que não sejam ciganos, que são, como demonstram as estatísticas, focos constantes de problemas e desacatos sociais e que, como se tudo isso não bastasse, vivem na sua larguíssima maioria do RSI.
    O RSI deve existir e deve ser atribuido aos necessitados, não àqueles que se recusam a trabalhar.
    Quantos ciganos aceitam os empregos que os Centros de Emprego lhes oferecem ?
    Tudo isto são questões que conheço bem e cujas respostas eu já as sei, o que me leva a este meu posicionamento.
    Só se consegue integrar quem se deixa integrar, e os ciganos, por natureza e por princípio, nunca até hoje se deixaram integrar, o que é uma pena.

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