12 de janeiro de 2011

Visão para um Portugal diferente ... para melhor !

Imaginemos que o Governo Português, fosse ele qual fosse, decidia de facto avançar para grandes obras públicas, como forma de promover a revitalização da economia e o combate ao desemprego, garantindo dessa forma um crescimento económico-social sustentado.
Assim à primeira vista parece uma visão, mas os grandes líderes, aqueles que no decurso da história se demarcaram pela obra feita, só o foram por força disso mesmo, de serem visionários.
E no caso Português, atendendo à mais-valia geoestratégica que felizmente temos (mas que infelizmente nunca foi devidamente explorada) essa visão nem me parece assim tão inalcançável.
Esqueçamos o TGV nos moldes em que o mesmo tem sido debatido, esqueçamos o novo aeroporto de Lisboa, esqueçamos as autoestradas paralelas com os mesmíssimos destinos e partidas, esqueçamos tudo isso.
Pensemos antes que Portugal é, pela sua posição geográfica, a porta de entrada na Europa para todo o transporte de mercadorias por via marítima, e que esse mesmo tipo de transporte representa actualmente cerca de 80% do transporte mundial de mercadorias.
Pensemos ainda que os maiores transportadores marítimos mundiais evitam a todo o custo navegar pelo revolto Mar do Norte, pelas dificuldades e custos acrescidos que o mesmo representa.
Perante todo este cenário, não será preciso grande visão para se perceber de imediato que o nosso caminho para o sucesso passa, inevitavelmente, por nos transformarmos na maior porta de entrada e saída de mercadorias no espaço Europeu.
Como ?
Avançando para grandes obras públicas que passariam pela construção de duas grandes plataformas-giratórias que garantissem o correcto escoamento de todos os produtos que necessitam de entrar e sair do espaço Europeu por via marítima. Uma a sul, no Porto de Sines, outra a Norte no Porto de Aveiro.
Paralelamente faria todo o sentido avançar-se para a construção de duas linhas férreas de Alta Velocidade, mas essencialmente para transporte de mercadorias, que servissem essas duas plataformas-giratórias e que permitissem o escoamento das mercadorias de Sines para Madrid, e de Aveiro para Vigo.
Ao invés de se investirem milhões de Euros num novo aeroporto de Lisboa, o que é injustificável, uma vez que a Portela está longe de estar esgotada, antes pelo contrário apresenta nos últimos anos um decréscimo constante no número de voos diários, devia avançar-se isso sim, para o aumento e melhoria das condições operacionais da moribunda Base Aérea de Beja, que passaria a ser um aeroporto de mercadorias por excelência, estando o mesmo servido pela tal linha de Alta Velocidade que ligaria Sines a Madrid.
Se estas obras avançassem, e aqui se quiserem até se pode falar de parcerias publico-privadas, acredito sinceramente que Portugal estaria a dar um passo em frente no sentido de ultrapassar a actual crise e a contribuir no imediato para a criação de milhares de postos de trabalho, conseguindo com isso a revitalização gradual da economia nacional.
Estarei armado em visionário ?

6 comentários:

  1. Falhaste a tua vocação para a política de recuperação do nosso país.
    Estas ideias são preciosas mas nenhum dos nossos políticos as quer desenvolver.
    Os nossos políticos apenas estudam aqueles coisas que os portugueses querem ouvir e depois fazem promessas com que os iludem acabando por lhes mentir redondamente.
    A maioria dos políticos portugueses nem tem sentido de Estado. Apenas se preocupam com eles.
    Gostei das tuas ideias. Parabéns.

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  2. Não, não me parece nada um visionário. A questão que coloca em relação ao aeroporto e em relação ao TGV, faz sentido, sim.

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  3. Luís, pelo menos ficam as ideias, dado que, de facto, um indívíduo como eu que faz do "politicamente incorrecto" uma forma de estar, jamais poderia almejar a essa carreira :-)

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  4. relogio.de.corda, eu tenho dificuldade em aceitar estes cenários de crise, quando vejo dinheiro jogado fora constantemente pelos nossos governantes.
    Com o mesmo dinheiro que esbanjam em obras estúpidas e desnecessárias, já teriamos construido um país equilibrado, sustentável e com um futuro em condições para os nossos filhos.
    Assim ...

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  5. Eduardo,
    A tua análise e sugestão, não se me afiguram visionárias, mas sim lúcidas. Mas agora, diz-me lá, quantos políticos/governantes, ouviste defender essa teoria? Falou-se em "aproveitar" o mar, na importância do dito, e depois?!
    Onde é que estão os projectos concretos e sérios?
    Conheces aqueles burros - estou a falar do burrico mesmo, aquele de quatro patas - que "empenca" num sítio e não arreda pé?!
    Pois! É mais ou menos isso que se passa!...

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  6. Teresa, se há muitos ou poucos políticos dispostos a avançarem para estes projectos, não sei. Suspeito que de facto não serão muitos.
    Mas que os há, isso há, só que nenhum deles, pelo que podemos constatar, esteve no governo para poder avançar com os projectos.
    Que quero eu dizer com isto ?
    Que os Portugueses têm votado mal e têm entregue o poder a quem não o merece.
    É hora de mudar o sentido de voto, enquanto é tempo, porque se nos atrasamos mais ...

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