3 de agosto de 2011

Portugal sem carros. Utopia ?

Assim à primeira vista, e tendo em conta as constantes filas de trânsito que se geram diariamente nestas vias de acesso a Lisboa, a medida até poderia ser explicada como fazendo parte dum plano concertado de incentivo ao uso dos transportes públicos.
E, convenhamos, apesar de não ser uma medida simpática, até faria algum sentido, não fosse o facto de, precisamente este mês, os transportes públicos terem sofrido um aumento médio de 15%.
Desta forma, aquilo a que assistimos, uma vez mais, é à tentativa de criação de mais uma medida que visa única e exclusivamente a extorsão de dinheiro a quem precisa de se deslocar diariamente para os seus postos de trabalho.
Mas analisemos a situação de forma mais ampla, mais abrangente.
Suponhamos que a medida agora proposta é aprovada, e esqueçam-nos, por ora, dos trabalhadores que se têm de deslocar todos os dias para os seus postos de trabalho. Foquemo-nos noutros utilizadores que, por exemplo, usam estas mesmas vias como ferramenta de trabalho, como é o caso dos transportes de mercadorias.
Já hoje, somos diariamente confrontados com notícias que nos dão conta do encerramento de empresas de transportes, que não conseguem mais sobreviver face aos constantes aumentos dos combustíveis e da carga fiscal, ora, um aumento de custos para estas empresas através da colocação de portagens nestas vias será, tão somente, a passagem de certidão de óbito a praticamente todas elas.

E eu pergunto :

- Pode um país sobreviver sem a mais que necessária e básica industria de transporte de mercadorias ?

É obvio que não. Assim como não pode mais suportar o aumento de desemprego que medidas como esta inevitavelmente criarão.
Sob o ponto de vista económico, todo este conjunto de medidas mais não são que a asfixia total da economia Portuguesa, levando-a a um estrangulamento que nos impossibilitará de reagir ao actual cenário de crise.
Uma coisa é a crise, outra, completamente diferente, é a usurpação que determinados sectores, organismos e empresas tentam pôr em prática com vista ao seu próprio lucro.
Uma medida como esta que a EP pretende levar por diante é altamente penalizadora para toda a economia Portuguesa, porque afecta directa e indirectamente quase todos os sectores da nossa sociedade.
E uma vez que estamos a falar de estradas, de vias de comunicação, que são utilizadas, obviamente, por automóveis, estamos aqui a falar de forma directa, quer se queira quer não, duma afectação pela negativa da industria e comercio automóvel nacionais.

Ora, tendo nós instalada em Portugal uma unidade de fabrico automóvel como a Autoeuropa, que significa, apenas e só, 3% do PIB nacional, não estaremos nós a correr um risco demasiado grande de, no futuro, criar alguma “desmotivação” por parte da VW em continuar a produzir automóveis num país onde os mesmos quase não podem circular ?

7 comentários:

  1. Queres escravizar um povo? Constrói estradas e vias de comunicação portajadas. Já os romanos sabiam disso e através delas construiram um império.

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  2. Mas olha Fada, por essa ordem de ideias também te digo que podemos estar já a assistir à queda do "Império" Social Democrata de Passos Coelho.
    Senão repara, a queda do Império Romano deu-se com as invasões bárbaras, certo ?

    Tendo em conta a forma como o nosso sistema financeiro está a ser invadido pelos "Bárbaros" Angolanos de sobrenome "dos Santos" (veja-se a inanarravel venda do BPN), então, é fácil concluir que este "Império" morre praticamente à nascença :-))))

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  3. Não sejas redutor Eduardo... encaixa Portugal na perspectiva global. Ainda não reparaste que os nossos governos já perderam a Soberania? Vê por exemplo o Porto de Sines... é o único português feito para calados de profundidade e o que é certo, é que ainda não está a ser rentabilizado, nem será. Nós iremos pagar portagens, mas as corporações irão exercer o comércio global livre de impostos. Caso para chorar, mesmo!

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  4. Os portos de Sines e de Aveiro deveriam, já de há muito tempo a esta parte, ser as portas de entrada da esmagadora maioria de produtos na Europa e continuamos sem lhes dar o devido aproveitamento.

    Uma vergonha nacional !

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  5. Estão á espera d Nova Ordem Mundial...
    Só para teres uma ideia do que está a acontecer a nível global, vê isto!

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  6. E quando é que estabelecem o imposto para o ar que respiramos?...


    Um abraço.

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  7. Fernando, isto começa a atingir o inevitavel ponto ruptura.
    A grande maioria das famílias não vai conseguir suportar muito mais tempo este nível de extorsão.

    O que é que se faz para inverter isto, Fernando ?
    Democraticamente e legalmente, eles foram lá colocados, e por um período de 4 anos, o que me leva a perspectivar, sem qualquer dúvida, que antes do fim desse período, muito antes, nós tenhamos um país a viver na mais profunda das agonias, com famílias inteiras sem terem o suficiente para comer.

    Isto não pode acabar bem, Fernando. Não pode, pá !
    Isto vai degenerar em porrada da grossa.
    As pessoas vão começar a vir para a rua, vão começar a roubar no supermercado, e o tumulto social vai instalar-se.

    Ou estou a ser pessimista ?

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