16 de fevereiro de 2010

PSD, que (triste) futuro ?

São 3, até ver, os candidatos à presidência do PSD.
Tendo em conta que o mais certo é que o vencedor desta "corrida" venha a ser o próximo 1º Ministro Português, devo confessar que fico imensamente preocupado com o que aí vem. Como se não me bastasse já o que tem sido a governação PS de José Sócrates.

O 1º a declarar-se candidato foi Pedro Passos Coelho, de 45 anos. Entrou para a JSD com 16 anos e foi seu presidente entre 1990/95, foi deputado à Assembleia da Republica pelo PSD, foi vice-presidente do grupo parlamentar do PSD e chegou a vice-presidente do PSD em 2005.
Licenciou-se em Economia com a bonita idade de 36 anos (mais vale tarde que nunca, que isto de ser político profissional dá que fazer !), e teve o 1º emprego, fora da actividade política, com a idade de 40 anos, no Grupo Fomentinvest, do seu amigo de partido Ângelo Correia.

O 2º que se lançou à liça, foi Paulo Rangel, fará 42 anos depois de amanhã, é licenciado em Direito e foi professor universitário. Era, até há alguns anos atrás, um perfeito desconhecido do panorama político nacional (o que até joga a seu favor, tendo em conta o baixo nível da classe), foi Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Justiça, Aguiar Branco, no governo de Santana Lopes. Depois da vitória de Manuela Ferreira Leite, surge como líder parlamentar do PSD e no passado ganhou, de forma categórica, as eleições Europeias.

O 3º candidato, Aguiar Branco, é advogado e sócio da firma José Pedro Aguiar Branco & Associados. É presidente da Assembleia-Geral de sociedades como a Semapa, Portucel e Impresa. Teve, também, um passado na JSD. No PSD foi "andando por ali" até que em 2004/5 Pedro Santana Lopes o nomeia como Ministro da Justiça.

Resumindo, o mais que provável 1º Ministro deste País pode ser :

1) Um entachado político, sem expriência de vida (profissional) fora da esfera política, tardiamente licenciado e que tenta agora o apogeu político aproveitando o mau momento interno do PSD.

2) Um professor, que descobriu tardiamente a veia política, mas que denota ter todos os tiques do "chico-esperto" político, que não olha a meios para atingir os seus fins.

3) Um advogado, que tem "andado por aí" na vida política, o que lhe permitiu alguns cargos de "carregar pela boca" nalgumas empresas, mas que na realidade não passa dum verbo de encher nesta "guerra".

Não foi para isto, seguramente, que Francisco Sá Carneiro lutou.

17 comentários:

  1. Bom, parece-me que tenho a honra de abrir as hostilidades (salvo seja).
    Faço-o com um ponto de ordem à mesa pedindo que seja lavrado em acta que fique registado em letra de forma o meu protesto quanto à escassez de rigor aqui da informação ... mas é que nem ginjas e isto para não chamar a ASAE.
    Põe-se aqui um aviso a dizer à clientela que se volta no dia 17 e chega-se aqui e afinal andou o amigo Eduardo a trabalhar fora de horas?
    Ora, não pode ser :)))

    Sá Carneiro não teve, efectivamente, sorte com os herdeiros, mormente os que vieram a seguir um homem de Boliqueime de cuja probidade não duvidei enquanto Primeiro-Ministro mas cuja visão sempre foi algo limitada, mas isso são contas de outro rosário.
    Andam agora afadigados três galarotes a ver quem sobe ao galho mais alto do poleiro do galinheiro (que me desculpem os social-deomcratas pelo recurso a este linguagem) para depois se abalançarem a outros voos!
    Anda o PSD de há anos a esta parte transformado numa máquina trituradora que trucida quem não garante às infindáveis clientelas um lugar ao sol do poder, sendo nisso espelho e reverso dum certo PS.

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  2. FP, abriste as hostilidades de maneira brilhante, como sempre, aliás.
    De facto, ontem antecipei-me, pois não tinha a certeza de como seria hoje a minha manhã, porque isto basta um diazinho fora da "xafarica" para haver logo "gato escondido com rabo de fora".

    Uma vez explicado, apraz-me registar a minha total concordância com a análise ao estado da nação soical democrata, bem como, em relação ao sr. de Boliqueime. Acrescentando apenas a mágoa com que que fiquei este Verão, por ver esse sr. meter os pés pelas mãos no assunto das escutas. E logo ele, que era aos meus olhos um dos ultímos políticos (felizmente ainda há mais um ou dois) que me inspiravam alguma confiança no que há idoneidade diz respeito.

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  3. Eduardo, ali o Ferreira-Pinto tem razão: ele não o disse textualmente mas quase: PSD espelho do PS e vice-versa - duas faces da mesma moeda. Actualmente ambos perdidos, e um povo português que vota num ou noutro com pouca convicção e sem fé nenhuma. Já todos sabem que a maioria ali está para "tachar", mas não conseguem sair do ciclo vicioso e lá julgam que têm de votar num ou noutro... tradições

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  4. É isso mesmo Benjamina, não consigo entender esta "necessidade" que a maioria do nosso eleitorado tem em votar esmagadoramente nestes dois partidos, que estão cada vez mais partidos no sentido literal do termo.
    Poder-me-ão apelar à ideologia, e eu até entendo o facto das pessoas se dizerem socialistas ou sciais democratas, mas a questão que eu deixo é :

    - Há quanto tempo é que o PS já não pratica o Socialismo e há quanto tempo é que o PSD já não pratica a Social Democracia ?

    Há muito tempo, não é ?
    Então já ia sendo tempo de se considerarem outras alternativas, digo eu !

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  5. Caríssimo Eduardo eu espero que releve o tom meio desabrido ou jocoso com que por vezes me atiro a um belo naco de prosa, por exemplo.

    Um dos males endémicos da Nação é que, não sei bem quando, se entregou à volúpia das aparências, irresponsabilidade e ganância de tudo querer num ápice.

    Penso, mas sem grandes certezas, que as sequelas do processo revolucionário em curso que atingiram a família e a escola podem ser uma dessas razões, ajudando a uma certa "imbecilização anestésica" da sociedade; só assim se compreende que andemos anos a fio a saltar alegremente entre o PSD e o PS que são quem tem governado o País anos e anos a fio!
    Tenho cá as minhas responsabilidades traduzidas por ora votar PS, por ora me abster ou, especialmente no Parlamento Europeu e Autárquicas, ir votando mais em pessoas.

    Não sendo cavaquista, procuro ser justo. Cavaco como Presidente tem-se revelado pior do que Primeiro-Ministro; por questões de feitio, acho que é mais homem de fazer e mandar fazer do que conciliador, por razões de ter apanhado com um Primeiro-Ministro cujo problema maior é o carácter (nesse pormenor, embora saiba que lhe posso causar urticária, acho que entre Soares e Cavaco apesar das hostilidades, existia mais lealdade na guerra) e porque se deixou enredar na teia de interesses do PSD.

    Mas no que tange quanto a honestidade, não o vejo a chafurdar por aí em negociatas.

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  6. Oh FP, esse tom desabrido é o sal desta coisa ! é sempre bem vindo.
    Pois, não sei se foi o PREC que despoletou a "imbecilização anestésica" que muito bem refere, mas a verdade é que ele existe, desde quando ? também não sei.
    Se calhar foi o medo das pessoas em sairem directamente de um lado (direita) para outro (esquerda) que os levou a procurar aconchego naquela zona que se passou a denominar de centralão.

    Eu vejo a democracia como um "ser vivo", que logo que nasce tem de primeiro gatinhar, para só depois se erguer, andar e só finalmente aprender a correr. O nosso problema é que logo que se conquistou o direito a termos e a vivermos numa sociedade democrática, desatámos a correr. Dessa forma queimámos, erradamente, etapas por demais importantes e que não nos permitiram, enquanto sociedade, atingir a maturidade democrática que, por exemplo, os povos do norte europeu atingiram.
    E quando na vida de qualquer "ser vivo" se queimam étapas, é inevitável que mais tarde ou mais cedo se vá pagar essa factura.
    Estamos, agora, a receber essa factura, e não temos como a pagar, a meu ver, senão recorrendo a uma reaprendizagem, e obrigando este povo a gatinhar, para depois se erguer, andar e quem sabe, um dia, poder correr.

    Cumpre-nos a nós, à nossa geração, o altruismo de abdicarmos de algumas "mordomias de fachada" em prol das gerações vindouras. Não acredito num remédio milagroso que tomemos, sem dor, e que nos tire daqui.

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  7. Nem mais, caro Eduardo; o choque térmico foi demasiado grande.

    Passamos directamente dum clima de temor reverencial para uma euforia onde aparentemente tudo seria permitido, sendo natural que alguns erros se cometessem.
    O problema foi quando os mesmos se institucionalizaram através do recurso e práticas inspiradas em experiências e modelos que aqui chegaram com anos de atraso, como foi o caso da Educação.

    Paralelamente, o bom povo português sempre viveu sob a aparente capa protectora ora da Coroa, ora da Igreja Católica, ora do Estado; foi habituado a ser humilde, louvando-se a pobreza ou a existência por padrões mínimos, a não contestação, e procurando que poucos fossem os contemplados com o acesso à instrução.

    Daí que, timoratos, tenhamos optado por aqueles que prometiam cuidar de nós, sem nos obrigarem a grandes riscos. Na altura, o PPD era Sá Carneiro e o PS Mário Soares, é bom lembrar.
    O CDS de Adelino Amaro da Costa e Freitas do Amaral (gente a léguas desta leva do PP) nunca conseguiu descolar da associação à direita mais conservadora que depois dos ensaios do PDC e MIRN, por exemplo, e até do ELP, ali se acobertou nalguns casos; quanto ao PCP, para além de ter encontrado no clero um feroz opositor (e o peso do padre nas aldeias era e ainda vai sendo de considerar), também nem sempre apostou nas vias mais consentâneas a Portugal. Os povos são o que são e isto de importar "tout court" o comunismo modelo soviético era o mesmo que hoje querer que à força de decreto sejamos finlandeses!

    Quanto aos sacrifício, ele virá. A bem ou a mal. Embora doa ouvir quem andou anos a dizer-nos que tínhamos de apoiar a banca e o sector financeiro, por exemplo, porque quando esses fossem ricos, ia ser tanta a riqueza que todos seríamos mais ricos para hoje, os mesmos, nos virem dizer que temos de ganhar menos 10 a 15% porque se assim não for os que ontem apoiaram com o nosso esforço, entram na penúria!

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  8. Se doi FP, se doi !
    Tivémos a má sorte de nos ter calhado a nós, à nossa geração, a "fava". Ela tinha de calhar, mais tarde ou mais cedo, era inevitável.
    Isto pode parecer um discurso à "Medina Carreira", mas neste capítulo venha lá o mais pintado desmentir o homem.

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  9. Anónimo17/2/10

    Olá Eduardo! :)) a mana Benjamina tem toda a razão. Isto é como se costuma dizer um círculo vicioso tão doentio que até dói, dói, dói! Nem adianta discutir muito o assunto, pois quanto mais se mexe na merda pior cheira e isto vai de vento em popa! A Escada de Penrose, é que tem uma boa foto (latrina) e uma boa rima para descrever o estado da nação!

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  10. O problema (o grande problema) é que a partir de certa (quando a coisa começa a dar para o torto) altura começamos a procurar alguém com o perfil de Sócrates, mas na versão boa; portanto, alguém que não seja bom comunicador, que não seja telegénico,.blá,blá.., não serve.
    Por isso, quanto a mim, o problema começa na busca da pessoa errada...e depois....

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  11. Anónimo17/2/10

    E depois TRAAAPTA! outra ditadura, só que em vez de tecnocrata, pela força das armas! Paulo!
    Valha-nos Deus.

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  12. Embora me custe aceitar, a verdade é que tens razão Paulo. As pessoas escolhem pela telegenia, pelo aspecto, pela capacidade de comunicar ... mentiras com o ar mais sério deste mundo, etc. etc. etc.
    Vivemos na sociedade de imagem em que mais vale parecer que ser, e depois dá no que vemos e que, infelizmente temos.

    E pena é que nestes 3 candidatos ao PSD não se vislumbre um, um que seja, que se demarque pela diferença em relação à mediania em que a classe política nacional caíu.

    Enquanto Social Democrata (que não se revê no actual PSD) tenho pena que assim seja.
    E por isso mencionei a pena que é ter-se desvirtuado aquilo que foram os alicerces de Francisco Sá Carneiro na criação do PPD.

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  13. Olha Fada, essa questão da força das armas penso que não se coloca no contexto actual.
    Mas quanto a isso tenho uma teoria deveras controversa.
    Acho que as mudanças de regime, para serem efectivas e produzirem os efeitos desejados, não se podem fazer com cravos !
    Isto dava pano para mangas, mas é melhor ficar-me por aqui.

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  14. Anónimo17/2/10

    É a questão da purificação da civilização, através do derramamento de sangue... esse é o inferno na verdadeira acepção da palavra. Ateísmos e egoísmos, falta de Fé nos outros... a isso chama-se eliminar Deus e crer que nós próprios o somos, levar-nos-á ao inferno. Pelos vistos, bem real.

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  15. Meto novamente a colherada para apontar o exemplo aqui mesmo ao lado, Eduardo ... Espanha saiu do franquismo para a democracia sem cravos, mas também sem tiros ou o que seja.
    A Franco o tiro da transição assente em Juan Carlos como rei e o franquismo sem ele saiu-lhe pela culatra, mas em Portugal nem para isso houve tempo ou visão; depois entre Suarez e Gonzalez, Espanha rompeu com o que havia que romper ... é óbvio que hoje se encontra um pouco como nós mas é, ao mesmo tempo, relevante na cena internacional e na economia soube criar ou manter coisas como a SEAT, a ZARA, a PESCANOVA ...

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  16. É bem verdade que o fim do Franquismo se fez pacifícamente, mas não é menos verdade que em Espanha se pressentia que a morte de Franco ditava a morte do regime. Eles lá não tiveram um "Marcelo Caetano" que ameaçasse a continuidade do regime.

    Quanto às marcas, é de facto triste ver que a única marca forte Portuguesa que sempre se manteve em alta no mundo inteiro foi o BENFICA !!!

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  17. Prontos, lá tinha de vir o Benfica à baila ... :)))

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