13 de setembro de 2010

Começou hoje, de novo.

Depois de três meses de Verão, o despertador voltava a tocar às seis em ponto.
O acordar não era difícil, a vontade de voltar à rotina diária era grande e para além disso, novos amigos, novos ambientes, estavam à minha espera.
Era preciso despachar-me, o autocarro partia às 6:35 do Largo do Almada, no coração de Vila Nova de Milfontes. Logo aí, na entrada do autocarro, começava a alegria, a festa, voltavam-se a ver rostos conhecidos, e ainda outros novos que se juntavam ao grupo.
Os primeiros 15 Km's faziam-se de conversas, de estórias do Verão que agora acabava.
Chegava-se ao Cercal do Alentejo, e aí, muitos mais se juntavam ao grupo. Mais caras novas, a juntar às de anos anteriores. A alegria e o prazer de nos revermos, esse era o mesmo de sempre.
Ás 7:10, o autocarro voltava à estrada, agora com destino a Santiago do Cacém.
As conversas multiplicavam-se, as brincadeiras ocorriam, umas atrás das outras e sem parar, os mais sonolentos e que se deixavam dormir eram as primeiras vítimas das partidas dos restantes. Pelo meio ainda havia tempo para, de quando em vez, sair um cantar Alentejano para animar o ambiente.
Chegávamos à Rodoviária de Santiago por volta das 8:00, o caminho a pé até à Escola, nesse primeiro dia de aulas é algo que ainda hoje recordo na perfeição. Lembro-me de tudo, dos cheiros e das cores tão típicas daquelas maravilhosas manhãs de Setembro, que se despediam do Verão e anunciavam já o Outono que aí vinha. Lembro-me das vozes e dos trejeitos dos amigos, da expectativa de ver quem eram as novas caras da turma, de ver as "míudas", de ver os professores do ano anterior e de conhecer os novos, enfim, uma festa, uma alegria tão grande, tão intensa, que ainda hoje a recordo, não tanto com saudade, mas sim com satisfação, muita satisfação de ter vivido tudo isso de forma plena e poder estar aqui hoje, no início de mais um ano lectivo, a recordar tudo isto, cheio de alegria.
Para todos aqueles que hoje começaram mais um ano lectivo, desejo-lhes felicidades, e que aproveitem para se divertir, não perdendo nunca de vista o objectivo principal, que é aprender.
Mais que nunca o País precisa de vocês, dos estudantes de hoje, que serão os Homens de amanhã e que poderão fazer guindar o País para outros patamares.

Viva a Escola.

6 comentários:

  1. Olá Eduardo Miguel
    Já passaram uns anitos, mas ainda conservas muitas recordações.
    A nossa escola aconteceu no tempo em que estávamos a armazenar informações, novos conhecimentos.
    É mais fácil recordar esses tempos do que acontecimentos mais recentes.
    Seria bom que os estudantes trabalhassem e aprendessem para serem as forças do futuro melhor e mais humano.
    Seria bom que não houvesse tanta competição e guerras, mas tudo fosse mais perfeito com mais amor e responsabilidade.

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  2. Pois é Luís, a sociedade de hoje evoluiu para patamares de competitividade exacerbada que roçam mais a agressividade e a guerrilha do que propriamente a competição.
    É uma pena, porque o caminho para a excelência faz-se pela competitividade sádia e não por este clima de guerrilha que hoje se vive nos empregos, nas faculdades, na sociedade em geral.

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  3. Olá Eduardo,
    Como te entendo bem! Era o revisitar dos colegas, era a consciência do início de um novo ciclo. São essas recordações, essas vivências, essa comunhão entre todos os colegas, esses cheiros, esse viver de virar de estação, essa alegria, tudo isso que forma(va) carácteres, formava os homens que hoje somos.
    Que o amanhã dos nossos jovens lhes traga essas inesqueciveis recordações.
    Será que traz?!

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  4. Sabes Teresa, acho que cumpre em especial aos pais criarem condições e darem o apoio para que de factos os filhos possam ter as tais inesqueciveis recordações.
    Todos sabemos que as sucessivas políticas de Ensino têm criado condições para que tal não aconteca, mas não é menos verdade que os pais de hoje, regra geral, transformaram as Escolas em depositários de filhos, o que leva à degradação da qualidade de vida dos estudantes, que são ... os seus próprios filhos !

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  5. Bons tempos...
    Gostei do texto. Boa sorte aos "miúdos", faço meu o seu apelo! Precisamos que eles sejam melhores que nós, que a nossa geração!
    A minha casa já está mais vazia... elas foram para a universidade, voltam ao fim de semana. Custa um bocado! Mas ainda fica o caçulinha...

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  6. A casa está mais vazia, mas a sua realização pessoal há de estar bem mais cheia, não ?

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