2 de maio de 2011

Terrorismo de rabo na boca.

Hoje, já por várias vezes vi, li e ouvi que a morte de Osama Bin Laden constitui um marco na luta contra o terrorismo.
É de facto estranho, para não dizer mesmo absurdo, que a morte (leia-se, assassinato) de uma pessoa constitua uma vitória contra o terrorismo.
Isto leva-me a equacionar se haverá dois terrorismos ?
Um bom, outro mau. Um aceitável, outro inaceitável. Um justo, outro injusto.
Alguém que, pelo que se supõe e pelo que vimos e ouvimos das suas intervenções junto das cadeias de televisão próximas da Al Qaeda, perpetrou e incentivou ataques terroristas como o 11 de Setembro nos EUA, ou o 11 de Março em Madrid, não pode, de facto, passar impune e deverá ser preso e julgado severamente.
Durante o processo de captura, pelos vistos, não foi possível evitar a sua morte, agora, não podemos (nós Ocidente) é achar que esta é uma morte legítima.
Para entendermos este tipo de questões é necessário, muitas vezes, invertermos as nossas linhas de raciocínio e colocarmo-nos no plano inverso.
Imaginem que eram, qualquer um de vós, uma criança Iraquiana de 10 anos de idade aquando da invasão do Iraque por parte dos EUA.
Imaginem que num dos raids aéreos dos EUA a vossa família é toda morta.
Essa criança cresce, inevitavelmente, de forma amargurada e revoltada com o que passou, e para ela, o Terrorista é o Bush, ou mais recentemente o Obama. E vão-lhe lá dizer o contrário ! então ela não viu os pais e os irmãos serem mortos por forças militares dos EUA ?
Imaginem que essa criança chega a um cargo de topo na hierarquia política do seu país e ordena que se capture e mate Barack Obama.
E imaginem que essa ordem é cumprida com total sucesso.
Que diriam então, nesse momento, aqueles que hoje afirmaram que a morte de Osama Bin Laden foi uma vitória na luta contra o terrorismo ?

O que ontem aconteceu jamais constitui uma vitória sobre o terrorismo, antes, uma perpetuação do mesmo, que ainda por cima elevará à condição de mártir a horrenda figura de Osama Bin Laden.

p.s.
foto "manhosa" e sem qualquer credibilidade a que consta neste post.

21 comentários:

  1. Mas como uma má acção acarreta outra má acção... espera para ver. Não tarda nada virá quem dele bonzinho fará!
    Tens toda a razão no que dizes. Entretanto os terroristas "bons", vão montado arraiais no Iraque, Afeganistão, Congo, Angola, Cabinda, Líbia! e por aí fora... onde haja narcóticos e petróleo... aí estão os senhores do Mundo... os verdadeiros terroristas que tantas vezes o contrataram como mercenário!

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  2. Mais um assunto complicado. Não sou dos que defendem que vale tudo. matar é matar seja em que nome for. Mas há razões mais desculpáveis. O Bin laden é um subproduto dos EUA e um bom exemplo dos tempos em que vivemos...Época do descartável onde o que vale menos é a vida humana:(

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  3. Amigo,
    Querias mesmo colocar uma gralha no título ou foi sem querer?

    Esta foto arrepiou-me até saber que era montagem.

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  4. Fada, a postura Americana é nojenta.
    Prendessem o Bin Laden, e julgassem-no onde ele teria de ser julgado (Arábia Saudita ?), e se nesse país houvesse pena de morte e ele fosse de facto acusado, então aí sim, a coisa seria feita.
    Mas não desta forma, porque assim, só acicatam ainda mais o ódio dos fundamentalistas.

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  5. M, estás coberta de razão, Bin Laden foi de facto um "amigo" dos EUA durante muito tempo.
    Enquanto lhes era proveitoso, era bom, depois ...

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  6. Amiga Tite, obrigado pelo reparo ao título.
    Sim, a foto deve ser uma foto-montagem qualquer que saquei da Net.
    Mas pelo que vou acompanhando das notícias, parece que a avaliar pela violência do ataque, esta foto até o "favorece" !

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  7. Partilho da tua opinião, Eduardo.
    Não me parece razoável que se festeje a morte de alguém, mesmo sendo Bin Laden. Por isso, não entendo as felicitações que, um pouco por todo o mundo, vão sendo dadas ao Nobel Obama.
    Como é óbvio, lamentei igualmente as comemorações do ataque às torres gémeas, com as consequências que se conhecem.
    Assim vai o nosso mundo.

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  8. Paulo, eu nem me fere nada saber que Bin Laden morreu, até pelo contrário.
    Agora, a forma como lá se chegou é que penso que não foi a correcta.
    E pior que isso, penso que pode ser gerador de mais e maiores conflitos.

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  9. Eduardo,
    Verso e reverso, culpados(?) e inocentes(?).
    Inversão de interesses?
    Inversão de valores?
    Quem "ganha" com esta mortandade?
    Pergunta tonta (para não dizer outra coisa), dirás tu!
    É!
    Mas, pobres dos que são apanhados por guerras, terrorismo, ajuste de contas, desvarios, desrespeito por tudo, incluindo o ser humano.
    Beijinho.

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  10. Paulo... por falar em torres gémeas... e esta hein?! "Todos aqueles que se atrevam a contestar a veracidade dos factos ocorridos e relatados oficialmente sob a égide de George W. Bush em 11 de Setembro de 2001 serão incluidos nas listas de suspeitos de terrorismo e tratados como delinquentes de delito comum "(fonte)
    Cada vez tenho mais a certeza que essa das torres gémeas enfim, só não vê quem não quer... e que o Bin Laden deve estar na Isla del Mosquito, à sombra da bananeira a comemorar com o seu arqui-inimigo, Bush, que tantas vezes o contratou, a vitória do Obama nas próximas eleições...

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  11. http://www.inacreditavel.com.br/novo/mostrar_artigo.asp?id=517

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  12. Fada, mas e os atentados que se seguiram! Já não sei se são os filmes que baseiam em factos reais, ou se pelo contrário fazem dos filmes a base para operações mirabolantes.

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  13. A questão que levantas no último parágrafo do teu texto - o «mártir» - é, a meu ver, particularmente relevante.

    Um abraço.

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  14. Paulo... eu acredito que os ataques foram reais. Agora não acredito nem nuns, nem noutros. Nem nos americanos nem nos fanáticos anti Nova Ordem Mundial. Acredito que a NOM se implantou, como diz este estudioso dessa matéria "A Parceria de Prosperidade e Segurança (PPS) é para a América do Norte o que a Estratégia da Rota da Seda (ERS) é para o Cáucaso e para a Ásia Central. São componentes regionais estratégicos do império empresarial da América. São os blocos estruturais da Nova Ordem Mundial. " http://resistir.info/chossudovsky/geopolitica_pipelines_p.html
    E acredito nisto http://tv.globalresearch.ca/2011/03/obama-most-pro-war-president-living-memory e nisto!
    Quem é capaz destas coisas, pouco lhe custa simular os atentados a seguir ao 11 de Setembro, nos quais nunca acreditei! Um fait divers para impôr o Estado Policial, seguido de uma crise, para "tratar da saúde" à classe média.
    Entretanto vi um vídeo que estava no blogue do CN "escrita em dia", em que jornalistas da reuters estavam a ser varridos a metralhadora. Já lá não está. Este homem foi morto por falar verdades... http://www.prisonplanet.com/022304kellywasmurdered.html
    Por incrível que pareça, o 11/9 nunca foi reivindicado pela Al Qaeda, coisa que faziam sempre. Os fanáticos Anti NOM são uma face da mesma moeda, dos quais destaco Alex Jones, cujo propósito é fomentar o medo e a rebelião. As conspirações desse tipo de fanático nunca têm o mínimo suporte... e se matam uns, porque não dão caça a outros como Alex Jones?. Por isso é preciso filtrar e com bom senso chegar a uma conclusão... é isso que tenho tentado fazer. Mas longe de saber o que se passa, sei que querem um Estado Totalitário.
    Penso que Benazir Bhutto,  não está de todo a mentir, neste diálogo que foi cortado numa entrevista sua. Bin Laden segundo ela, está morto e se calhar há muito tempo!

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  15. Paulo um artigo que reitera o que penso:

    «Declarem vitória e dêem por terminada a "guerra contra o terrôr"

    Esta é a mensagem explicita veiculada pelo influente Financial Times na gigantesca campanha mediática em curso para a reeleição de Barack Obama. É apenas disto que trata a "morte" do inimigo público nº1 - de Osama para Obama, é de consolidar o modelo de Estado Securitário implementado por George W. Bush e "legalizado" pela alterações introduzidas na 2ª Emenda da Constituição que se trata. E a Constituição norte americana serve, naturalmente, de referência para todos os paises tributários.
    "legalizado" pela alterações introduzidas na 2ª Emenda da Constituição que se trata. E a Constituição norte americana serve, naturalmente, de referência para todos os paises tributários.

    Quanto menor é a ameaça mais as forças de segurança da Ordem não param de crescer. O que significa que a guerra não é contra um qualquer bin-Laden, mas contra a possibilidade de organização e revolta do cidadão trabalhador comum.

    Se o empirismo mediático trabalha os espíritos comuns e os leva a aceitar percepções inexistentes (um super batalhão de repórteres nunca viram "bin-Laden" algum durante uma década? excepto este agente duplo, quando até o mais esforçado pacóvio descobre que o Telmo do Big-Brother é candidato a deputado por uma coisa que dá pelo nome de "partido socialista"?) ... depois do jornalismo do dia seguinte, há os orgãos de informação determinantes, aqueles que tratam da formação do conceito acabado do Modelo Securitário. Uma semana antes do abate figurado ao activo do simbolo do consórcio Bin-Laden-CarlyleGroup-Mormons Bushistas, a Time Magazine dedicava a capa e oito páginas no artigo principal à segurança interna na pessoa do Director do FBI: "o caçador de terroristas que controlou o complot emergente do 11 de Setembro nos últimos dez anos". No corpo do artigo descrevem-se ameaças como condutores de táxis muçulmanos que conspiram, ensaios de bombas em solas de sapatos, armas de destruição em massa transaccionadas por paquistaneses em becos do Bronx, pizzas armadilhadas - enfim, tudo menos as mansões de luxo dos "bins-ladens" da Reserva Federal e Wall Street.


    Dados concretos na implementação do Estado Securitário

    Desde 2001 a divisão criminal do FBI aumentou o número de agentes de segurança de 1 para 3. o que é normal numa sociedade onde o desespero social cresce mais que essa proporção. 20 por cento desses efectivos (que no inicio do mandato de Bush eram 5.877 agentes especiais), foram transferidos da secção de assaltos, gangsterismo sobre bancos, máfia e crimes de colarinho branco para outras divisões. Faz sentido... se os assaltos a Bancos são controlados pelos próprios administradores porquê gastos desmesurados com tanta policia?
    A brigada Anti-Terrorismo acolheu 5.026 dessas transferências: um aumento em pessoas, materiais e dinheiro de 106% em dez anos. O número de analistas criado nas secretas de informação que coligem dados sobre os cidadãos aumentou 205 por cento para 3.118 experts. O número de informáticos (996) que serve o sector cresceu 108 por cento e uma nova categoria de investigadores (580) foi criada para "estudar ameaças ainda não conhecidas". Olha, se calhar sou eu. Temos de avisar a malta da Tasca do Perigoso que fica ali para os lados de Grândola»

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  16. Quer-se dizer, uma pessoa vira as costas ao blogue por umas horas, para ir alí à Praça do Comércio negociar com a Troika, e quando volta isto está ao rubro.
    Muito bem, é isso que se pretende, que isto seja um espaço aberto ao diálogo e à troca de ideias.

    Fada, deste-nos aqui muita informação para ver e rever com calma e de espírito aberto.
    Fico com algumas dúvidas em relação a estas teorias, mas não excluo que possam haver várias verdades efectivas que merecem a nossa atenção.

    Paulo, o comentário que fizeste, sobre os filmes serem como que bancos de ensaio para operações mirabolantes, eu próprio já o fiz algumas vezes, ainda que com um grande ponto de interrogação no fim.

    Fernando Samuel, eu acredito, e oxalá esteja enganado, que o maior problema que pode resultar da forma como morreu Bin Laden, é precisamente a forte possibilidade de ele ser automaticamente elevado à condição de mártir e com isso haver nos tempos mais próximos uma escalada de violência desmesurada.

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  17. A operação contra bin laden foi um acto de guerra, uma batalha que ele perdeu. Ganhou noutras em que morreram milhares de pessoas, em londres, madrid, nova iorque, bali, paquistão, marrocos, iraque, etc.
    OBL sabia que ao enveredar pela carreira de terrorista, e ao declarar guerra ao ocidente e ao islão não fundamentalista, a sua vida estaria sempre em perigo, seria tenazmente perseguido, e não tenho duvidas que aceitava essa circunstancia, intrinseca à sua escolha e ideologia. Igual que os japoneses que atacaram pearl harbour, sabiam que mais tarde ou cedo haveria um acto de guerra em retaliação.
    Tal como os terroristas suicidas que recrutou e se imolaram em atentados, OBL aceitava a ideia da morte que mais tarde ou cedo lhe chegaria como uma forma de martirio para ter o seu paraiso.

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  18. Patrício Branco, resumindo, "quem vai à guerra, doi e leva", certo ?
    Eu entendo perfeitamente os seus argumentos, e é perfeitamente natural que o próprio OBL tivesse bem presente que o seu fim seria este.
    O que eu defendo é que não lhe deviam ter feito a vontade !
    Porque desta apenas conseguiram manter acesa a chama do radicalismo islâmico e dos seus grupos terroristas organizados.

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  19. É isso, quem vai à guerra dá e leva. E OBL deu milhares de vezes mais do que levou.
    Terrorismo, há o exemplo da ETA. As policias francesa e espanhola têm feito uma enorme razia na organização e cada vez que prendem levam imenso material que dá valiosíssimas informações sobre localizações, planos de atentados, nomes. A eta debilitou-se e agora está moribunda.
    O mesmo nas farc colombianas, um grupo guerrilheiro narcotraficante, vários dos seus chefes têm sido abatidos em operações militares ou detidos.E enfraqueceram muito.
    O medo de combater o terrorismo por receio a represálias, sim seria um erro. A passividade das autoridades é um convite à proliferação da criminalidade. E foi bom não haver imagens do terrorita morto.
    Pior foi a exibição dos cadaveres de mussolini e clara petacci na rua, expostos à ira e linchamento popular durante dias. Ou de saddam hussein.

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  20. Só para terminar, creio sinceramente que o mundo está mais seguro sem OBL

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  21. Paulo Branco, sempre que um terrorista morre, o mundo torna-se de facto mais seguro.
    O problema tem que ver com a forma como morre o terrorista.
    Espero, sinceramente, que você esteja coberto de razão, mas eu não estou tão seguro assim.

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