9 de maio de 2011

Triste Pedro !

O cronista, Pedro Marques Lopes, na sua habitual crónica no DN afirma que o Povo Português é uma «triste gente», isto porque, e segundo ele, na sua história recente esta triste gente apenas consegue tomar medidas geradoras de mudança quando as mesmas são emanadas do exterior.
E deu como exemplos as outras vindas do FMI, a adesão Europeia, e a entrada no Euro.
Eu gostaria de perguntar ao triste do Pedro se o 25 de Abril foi feito por "camones" ?
Ou será que o conceito de história recente do triste Pedro só reconhece aquilo que se passou de 1974 para a frente ?
Se calhar não é nada disto, não é triste Pedro ?
O mais certo é tu só poderes escrever aquilo que te mandam, sob pena de não escreveres de todo.

Triste gente esta, como o triste Pedro !

14 comentários:

  1. Não simpatizo muito com ele mas reconheço que nem sempre está errado...

    Muitas das nossas mudanças foram de facto provocadas pelo exterior. E mesmo o 25 Abril tem relação com o exterior... Mas atenção: nós como todos os outros países:)

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  2. M, mas então se formos por aí, e dado que não há países isolados (talvez Cuba seja um cado especial), tudo o que aconteça num determinado país terá sempre relações com o exterior.

    O que eu quis enfatizar com este post, é que estes "meninos" como o triste Pedro, que são forjados nas máquinas propagandistas da direita neo-liberal portuguesa tentam, sempre que podem, passar uma esponja sobre o que de bom e de importante foi conquistado para este Povo através das forças de esquerda.
    São formas subliminares de fazer passar mensagens ou, no caso, de esconder e camuflar os feitos positivos de outros.

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  3. Entrámos no € e na UE porque assim o quisémos, foi opção nossa, não nos foi imposto de fora para dentro. Achámos que isso nos dava um estatuto alto, era a consagração da nossa democracia e eropeidade, pertencer a um clube e a uma moeda prestigiosos.
    O FMI foi como o ultimo recurso, chamar de urgência o medico a casa, para nos dar a receita e emprestar o dinheiro para os remedios e tratamento.
    Estamos numa triste e dificil situação, sem duvida, mas não somos uma "triste gente" pois até estamos a aguentar

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  4. Concordo, Paulo.
    E se dependessemos daquilo que os tristes Pedros produzem, então sim, então estaríamos mesmo muito mal !

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  5. Estamos a aguentar sim, Patríco Branco!... mas ás vezes estes tipos da imprensa gostam de disseminar o negativismo, como se ainda não bastasse o que já por cá anda! Nisso tens toda a razão Eduardo. Aliás vou deixar-te aqui um artigo de Orlando Castro:

    «Os cobardes não têm palavra, nem escrevem, mandam sempre dizer por terceiros, e assim podem explicar, à posteriori, que o seu pensamento foi desvirtuado. O comportamento dos cobardes tem sempre um selo de garantia: a garantia de que o dito não foi dito, mesmo que todos saibam que foi dito.»

    Esta é uma verdade lapidar, escrita há uns anos por um dos mais íntegros Jornalistas que conheci, de seu nome Paulo F. Silva. Tão íntegro que hoje enfrenta o desemprego para onde foi catapultado exactamente por não ser cobarde, exactamente por ser íntegro.

    O que o Paulo escreveu é uma (dura) verdade que pode ser aplicada a uma cada vez mais crescente forma de (sobre)viver na sociedade portuguesa em geral e, em particular, no comércio e indústria de textos de linha branca a que, por manifesta ignorância, se chama em Portugal "jornalismo".

    São esses cobardes que, por regra, comandam (mal, mas comandam) este país ou, para ser mais correcto, algumas das partes que no seu conjunto formam o país.

    Por isso os cobardes apostam tudo, sobretudo o que é dos outros, na razão da força que é alimentada pelo tal selo de garantia de que muito bem fala o Paulo Silva.

    Com a cobertura, mesmo que involuntária, de muito boa gente, levam a que a força da razão perca batalhas e mais batalhas.

    Ao contrário do que cheguei a penar, esses cobardes não só estão a ganhar batalhas como poderão vencer a própria guerra. Não lhes falta apoio de quem, ao seu estilo, se está nas tintas para a liberdade de expressão, para a democracia, para as regras de um Estado de Direito.

    Para gáudio dos cobardes e dos que dão cobertura aos cobardes, Portugal parece dar-se bem com a cobardia. No entanto, espero eu que um dias destes alguém descubra que esses cobardes, mascarados de heróis, para contarem até 12 têm de se descalçar.

    Enquanto não são desmascarados, esses cobardes continuam a espalhar minas para matar os que pensam de maneira diferente. Mas, mais cedo ou mais tarde, os cobardes vão ser vítimas dos próprios engenhos explosivos que colocaram.

    Em Março de 2007 (ver «O selo de garantia dos cobardes») já eu dizia aqui que esses cobardes iriam continuar a calar as vozes que tentam dar voz a quem a não tem.

    No início de 2009 calaram mais umas dezenas e, ao que tudo indica, irão calar mais alguns ainda este ano. Fico, contudo, com a certeza de que só é derrotado quem desiste de lutar.

    E desistir (mesmo com a barriga vazia) é palavra que não consta do vocabulário dos verdadeiros Jornalistas (os tais que o são 24 horas por dia, mesmo estando desempregados).

    http://altohama.blogspot.com/

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  6. Fada, o controlo dos "media" é por ventura a maior e melhor ferramenta para a manipulação de massas.
    Se a isso juntarmos o desinvestimento propositado numa Educação de qualidade, visando a aculturação, a estupidificação e a letargia mental do Povo, tens aí a chave para o sucesso da manutenção dos regimes políticos vigentes.

    Não é de agora, nem é uma característica de esquerda ou direita, é assim ... porque é assim ... infelizmente.

    Estes ciclos só se quebram, e é histórico que se quebram, quando um grupo de mentes mais atentas e em alerta, toma em braços a responsabilidade de fazer cair pela base os poderes instalados.
    Nunca, ou quase nunca, é um processo pacífico e muito menos imediato. Leva tempo e ... leva sangue, suor e lágrimas !

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  7. O mais grave é que há por aí muitos e muitos pedros, espalhados por todos os média dominantes, a divulgar, em crónicas semelhantes à deste triste Pedro, a ideologia do capitalismo, a ideologia que suporta a política de direita que PS, PSD e CDS vêm praticando há 35 anos; essa política que conduziu ao afundamento de Portugal - afundamento a que a troika FMI/BCE/UE, com a sua «ajuda», veio agora dar mais um empurrão para o fundo...

    Um abraço.

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  8. É de mim ou chamaste Paulo ao Patrício??
    Bem Eduardo, tudo o que me disseste levou-me a pensar numa frase que ouvi há já muito tempo: A Democracia não passa de um interregno entre duas ditaduras.

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  9. Tens toda a razão Fada.
    Patrício, peço desculpa pelo meu lapso (e se não me engano já o repeti noutros posts).
    Como tenho um amigo que se chama Paulo Branco, acabei por cometer um erro de "simpatia".

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  10. Qualquer dia não me deixas escrever aqui, Eduardo.
    Confesso que quando vi o post não tive paciência para seguir o link porque o Pedro Marques Lopes não me seduz. Porém, por culpa dos Vossos comentários lá fui ver essa crónica e tentar formar opinião:
    O homem até tem razão, não mudamos de vida a menos que nos seja imposto. As elites deste país, em boa parte bem instalada, quer tudo menos mudar e poder vir a perder previlégios.
    Porque mudar de vida é perder privilégios; Por exemplo, reduzir o número de municípios (entre outras coisas) conduz ao quê?

    um abraço

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  11. vou pensar nessa frase que perturba, entre duas ditaduras, uma democracia.

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  12. Conduz a quê?
    Redução do número de vagas e de negócios para muita "boa" gente que gravita em torno do poder local.
    (a minha preocupação é se na junção de municípios apenas são considerados os aspectos economicistas e aí o interior será seguramente a presa, até porque vale menos votos)

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  13. Paulo, proibir-te ? era o que mais faltva !
    Se todos gostássemos de amarelo ...
    É precisamente através da discussão que resulta de pontos de vista diferentes que acabamos por nos enriquecermos todos um pouco mais sobre o ponto de vista intelectual e cultural.

    Sabes Paulo, como sou um fiel seguidor do programa "Eixo do Mal", onde o Pedro Marques Lopes participa (substituindo o insubstituível José Júdice, acabo por estar sempre muito atento às mensagens que ele constantemente passa nas entrelinhas.

    Quanto à redução de municípios, tenho as minhas dúvidas que seja uma boa medida.
    Concordo, isso sim, com a redução de Juntas de Freguesia, e, quem sabe, de facto um ou outro município, mas poucos.
    Na esmagadora maioria dos casos, as nossas cidades, vilas e aldeias, só conheceram o desenvolvimento que conheceram por força do excelente trabalho feito pelo poder local.
    Diminuir ou estrangular esse meritório trabalho do poder local, pode ser um retrocesso grave, e em especial no interior, como bem referes.

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  14. Aceito que ele é assim.

    Repara só na história dos 2 países ibéricos: são quase paralelas...

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