19 de julho de 2011

Basta !

Desde 6ª Feira passada que começaram a surgir notícias nos mais diversos meios de comunicação social dando conta da existência dum “colossal” desvio de 2 mil milhões de Euros nas contas públicas.
Ontem, e de acordo com esta notícia, o 1ª Ministro assumiu publicamente que o seu governo apurou efectivamente esse montante em erro nas contas efectuadas pelo anterior executivo.
Trata-se, pelos valores em causa, dum erro de grandes dimensões, até mesmo tratando-se de contas públicas, que são sempre mais complicadas de apurar com exactidão.
Embora me pareça estarmos perante um desvio demasiado “colossal” para ser considerado como um simples erro de cálculo, a verdade é que todos nós estamos sujeitos ao erro, é humano, e como tal devemos todos entender que o anterior Ministro das Finanças, Dr. Teixeira dos Santos, e seus pares, se possam ter enganado nos cálculos.
Mas há algo que também todos entendemos e que temos de aceitar. Aliás, mais que aceitar, temos de exigir, que se trata do apuramento de responsabilidades e consequente penalização legal a que todos aqueles que assumem cargos públicos deverão estar sujeitos sempre que cometem erros que derivam depois para desvios “colossais” dos dinheiros públicos.
A confirmar-se o erro, então, o que deveria acontecer de imediato era a chamada dos responsáveis à barra do tribunal para aí, perante a lei, serem julgados pelo crime, premeditado ou não, lesa-pátria ou não, que cometeram e que obriga a mais sacrifícios por parte de todos os Portugueses.
Bem sei que tudo isto é ainda muito recente e que qualquer medida que venha a ser tomada no sentido de apurar e castigar legalmente os responsáveis poderá demorar ainda algum tempo, mas o que foi possível observar no imediato, foi o aproveitamento que o actual Governo fez deste deste desvio “colossal” como justificação para o aumento da austeridade imposta aos Portugueses.

Como cidadão Português que sou, com todos os meus impostos pagos a tempos e horas ao longo dos 21 anos de vida profissional que levo, exijo que um erro destas dimensões seja devidamente analisado pela justiça e que os culpados sejam exemplarmente castigados, porque se assim não for (como aliás não tem sido), não há de facto moral alguma para que nos sejam pedidos mais sacrifícios.
Basta !

4 comentários:

  1. Caro amigo Eduardo

    Acabei de ler este seu artigo, com bastante atenção.
    Concordo plenamente consigo. Não se consegue ler na imprensa e ouvir na Tv ou mesmo na rádio grandes comentários a este respeito. Parece que está tudo em stand-bye. Parece que tudo o que nos está e vai acontecer no futuro é responsabilidade exclusiva do anterior Governo.
    Muito francamente, já não me interessa estar a defender este ou aquele grupo político, que, ao fim e ao cabo, os da área do poder (até aqui), mas, já começa a fartar ouvir quase diariamente, nos últimos tempos, alti-falantes aos berros a lançar bombas noticiosas de "mais" e "mais" buracos nas contas públicas, descobertas de última hora, para justificar as medidas gravosas de austeridade com que estamos a ser massacrados.

    Concordo plenamente que há que averiguar se há erros grosseiros que venham do antecedente, que possam mesmo ser criminalizados judicialmente, mas não abusar do sacudir a água do capote.
    Não era preciso sermos muito espertos para perceber que muitas das promessas que PPC fez durante a campanha eleitoral partiam do pressuposto que, depois logo se veria como é que estavam as coisas.
    Não. Durante a campanha já toda a gente sabia que o país não estava bem e que, muito dificilmente, se faria melhor do que se estava a fazer pelo Ministro das Finanças de então, o Dr. Teixeira dos Santos. Pena foi que tivessem "acordado" tão tarde ou se tivessem fiado na Virgem e não se tivessem posto a caminho há mais tempo.

    BASTA!
    Digam-nos o que têm a dizer, duma vez por todas. Os palácios governamentais têm assim tantos buracos e esqueletos escondidos?! Vamos andar à caça de novos buracos para justificar todas as medidas contra o Povo, durante quanto mais tempo?

    Um abraço, talvez que possamos vir a ter oportunidade de trocarmos umas impressões úteis, no futuro.
    V. N. de Milfontes ficou bem e recomenda-se.
    Já estou de novo em Leiria.

    António Nunes

    ps.: importa-se que eu sugira este artigo ao «Clube dos Pensadores»?
    Endereço: http://clubedospensadores.blogspot.com

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  2. Caro amigo António Nunes, se eu me enganar na declaração de IRS, sou chamado pelas finanças para regularizar o erro e, consoante a situação, assim pago ou não a respectiva coima.
    Se um ROC (Revisor Oficial de Contas) se enganar na escrita de uma empresa, é chamado pelas finanças para corrigir o erro e pagar a coima, ou consoante a situação ser ou não chamado a justificar-se perante a justiça.

    Então e um Ministro ?
    Fica impune é ?

    Não pode ser. A lei é, ou deveria ser cega, mas pelos vistos ultimamente tem andado com umas lentes "essilor" do melhor !

    Milfontes tem recantos maravilhosos, e que ainda não são do conhecimento de muitos (felizmente ! ehehehe).

    Não só não me importo que sugira o post ao "clube dos pensadores" como até fico lisonjeado com a sugestão.

    Abraço

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  3. Tens toda a razão e a exigência que colocas é pertinentíssima.
    Só uma observação: os sacrifícios não são para todos os portugueses, são só para os mesmos de sempre: a imensa maioria - porque para a imensa minoria (os mesmos de sempre), não há sacrifícios, só há benesses...

    Um abraço.

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  4. Tens razão Fernando, de facto os sacrifícios tocam sempre aos mesmos, deixando de fora, invariavelmente, aquela "minoria" que faz de Portugal o seu burgo.

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