13 de outubro de 2011

(In)fusão.

Longe vão os tempos em que a mercearia do Sr. Zé, lá no bairro, virava dependência bancária do dia para a noite.
As dependências bancárias cresciam como cogumelos, era o tempo (aparente) das vacas gordas.
O tempo passou, e hoje chega-se à conclusão que afinal vivíamos tempos de vacas loucas, isso sim.
Hoje, conforme noticia o Jornal I, BCP, BES e BPI estudam uma fusão das três entidades bancárias com vista à constituição dum grupo bancário forte que faça frente ao actual cenário de crise. Crise essa que eles próprios, os bancos, ajudaram a criar, diga-se.
Sob o ponto de vista económico-financeiro a solução pode até fazer sentido, o reverso da medalha nesta fusão, caso a mesma se venha a concretizar, é que estaremos perante uma verdadeira catástrofe nacional ao nível do desemprego.
Uma fusão dos 3 maiores bancos privados nacionais redundará, inevitavelmente, na tentativa de mandar para o desemprego largos milhares (não hajam dúvidas que se trata de milhares e não de meras centenas) de trabalhadores bancários.
E, ou muito me engano, ou a figura de extinção do posto de trabalho será aqui usada como “tábua rasa” para mandar para a rua milhares de bancários sem direito a indemnização. Isto claro está, entre outras formas que agora se andam a preparar para despedir com justa causa e sem encargos para o patronato.
Avizinham-se tempo de grande luta social e sindical, à qual, necessariamente, todos os trabalhadores deverão aderir, sob pena de, não o fazendo, passarem duma situação já de si precária, para a indigência imediata.

Mais que uma Fusão, avizinha-se isso sim uma Infusão, onde os trabalhadores bancários serão queimados em lume muito pouco brando.

3 comentários:

  1. Eduardito,

    Não sabia.
    Sabes aqueles momentos em que ficas sem palavras?
    Pois, fiquei assim!
    E não há possibilidade de responsabilizar todos os indivíduos, portugueses e não só, que conduziram o país e a Europa a este descalabro?

    Não, não me parece que haja.
    E viva a Alemanha e, viva a França, que continuam a determinar o que todo o resto da Europa deve fazer.

    Luz ao fundo do túnel? Vês? Eu não!

    Beijinho.

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  2. Teresinha.
    Sem palavras fiquei eu ontem depois de ouvir o 1º Ministro.

    Que é que se passa com o teu Blogue ?
    Não consigo lá aceder.

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  3. Anónimo1/12/11

    Como na Assembleia, onde estiveram os militares, para incutir no País a luz de que são portadores desde Abril de 1974, assim no refúgio Aboim Ascensão, não faltaram militares, que são os garantes de que esta fachada continue:
    LUZ DE FACHADA
    -
    E a fada madrinha
    acende iluminação
    com a sua varinha
    varinha de condão
    -
    Luzes multicolores
    lá neste Advento
    alegram os amores
    é festa e é evento!
    -
    dia da Restauração
    eu vejo os coronéis
    no Aboim Ascensão
    a mostrar ser fiéis
    -
    eu vejo brinquedos
    que são recolhidos
    e os meninos ledos
    ai lá são protegidos
    -
    Árvores iluminadas
    a luz dão a arvoredo
    e a crianças deixadas
    na luz do seu medo!
    -
    precisam dum colo
    que cedo as deixou
    e precisam consolo
    a sua família faltou?
    -
    e sem a consolação
    eu vejo os milhares
    que com fome vão
    para os seus lares?
    -
    estes são velhinhos
    que pedindo o pão
    não tem os carinhos
    terão uma salvação?
    -
    vejo o fogo de vista
    para embalar um Zé
    ai que já não avista
    emprego, perde a fé!
    -
    com euro a estoirar
    e a falência à beira
    eles foram iluminar
    sem beira nem eira!
    -
    e a fada madrinha
    lá foi com o sininho
    com a sua varinha
    levar-lhes o colinho!
    -
    mas o que é preciso
    e que não será feito
    é levar luz do siso
    a estado de direito!
    -
    Eugénio dos Santos

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