3 de fevereiro de 2010

Imaginemos ...

Imaginemos, que de repente, nos surgia no panorama político nacional alguém que proferia o seguinte discurso :

"(...) Represento uma política de verdade e de sinceridade, contraposta a uma política de mentira e de segredo. Advoguei sempre que se fizesse a política da verdade, dizendo-se claramente ao povo a situação do País, para o habituar à ideia dos sacri­fícios que haviam um dia de ser feitos, e tanto mais pesados quanto mais tardios.
Advoguei sempre a política do simples bom senso contra a dos gran­diosos planos, tão grandiosos e tão vastos que toda a energia se gastava em admirá-los, faltando-nos as forças para a sua execução.
Advoguei sempre uma política de administração, tão clara e tão sim­ples como a pode fazer qualquer boa dona de casa — política comezinha e modesta que consiste em se gastar bem o que se possui e não se despen­der mais do que os próprios recursos."

Quem quer que fosse o orador, era seguramente um sério candidato a ganhar as eleições, não era ?
Deixo aqui este exercício de imaginação apenas para se reflectir sobre o perigo de se acreditar em determinados discursos em alturas de grande crise. Sejam eles discursos "comezinhos", como este, ou, e porque os extremos se tocam, discursos de grandes projectos como aqueles que nos têm sido impingidos ultimamente.

Ah ! antes que me esqueça ... este foi um discurso de António de Oliveira Salazar, proferido em 1928, também numa altura de grande crise nacional.

11 comentários:

  1. Eduardo, este texto está muito bem lembrado; os tempos estão convidativos...

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  2. Olá se estão Paulo !
    E é precisamente nestas alturas que as nossas atenções devem de estar redobradas, para não se cair em tentações das quais depois só se sai com grandes sacrifícios.
    E o problema maior é que nas ultimas (2) eleições legislativas as pessoas já se deixaram ir em discuros, e agora ....

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  3. Olha-me este ... eu a salivar já, pensando que o amigo finalmente estava a aprontar o discurso de apresentação duma candidatura que já aqui foi aventada e sai-me ali o SAL e AZAR de antanho!

    Mas tem razão, há que estar atento não vá aparecer por aí um qualquer mago das finanças (e eles andam por aí) que depois se revela mas é um mestre noutras coisas!

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  4. Oh FP ! eu a presidente só se fosse do Sport Lisboa e Benfica :-)))

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  5. Anónimo4/2/10

    Há muita gente a trabalhar para isso.

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  6. Para quê, Rui?
    Para o Eduardo ir presidir ao SLB? :))

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  7. Acho que o Rui se estava a referir mais a determinados "planos inclinados", não seria Rui ?

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  8. Anónimo4/2/10

    Essa do discurso do comezinho, não me era de todo estranho... SALAZAR!
    Desculpe que lhe diga Eduardo, mas á minha moda nortenha e por tudo o que por aí leio e ouço... estamos fo#$%&*!
    Isto é difíl de digerir... estamos á beira do abismo, não queremos caír, mas parece que o abismo puxa por nós!

    Ai a conversa já vai no Futebol?! SLB?!
    ehehehehheheheh Que cromos! :)))

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  9. E o melhor é irem mesmo pelo futebol:))).
    Se outro mérito não teve, pelo menos em termos de escrita escorreitinha, Salazar metia muito boa gente num chinelito...
    Pois é, Fada (desculpa Eduardo, dirigir-me directamente à Fada) o abismo está mesmo aqui, a um passo de nós, só que ninguém o QUER VER. E assim vamos continuando, alegremente!...

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  10. Fada e Teresa, ou muito me engano ou o abismo não está mesmo aqui ! o abismo é já aqui, onde nós estamos.
    Estive agora a ler bem o SOL e a questão das escutas.
    Para mim acabou, já nem me vou pronunciar mais sobre política nos tempos mais próximos por duas razões.
    A 1ª e mais importante, pela minha saúde, porque isto mata-me aos bocadinhos e eu não estou para isso.
    A 2ª porque a partir daqui, o que eu tenho, ou tinha para dizer, era seguramente motivo para detenção, ou perseguição profissional (a minha cara e nome estão ali á vista no canto superior esquerdo), e eu ainda tenho um filho para acabar de criar.

    Por tudo isto, estou seriamente a pensar em, ou fechar o "tasco", ou dar-lhe outro corpo, porque nestes termos, isto ao invés de ser um espaço de prazer para mim, passou a ser um martírio.

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  11. Anónimo6/2/10

    Tens toda a Razão Eduardo... isto deixa as pessoas que se preocupam com as gerações vindouras à beira do Suicídio.
    Garanto-te que esta merda deste País sem sangue derramado nunca dará uma volta. Se todos fossem como nós, inclusive as Forças Armadas, esses cretinos que se dizem governantes, os fantoches do hemiciclo e o PR, já tinham sido varridos! a metralhadora! O caso não é para menos... destruíram o País, mas todos! Os que têm o mínimo de sensatez, ausentaram-se da política.
    Isto não vai poder continuar assim muito tempo.
    Viste se o cabrão do Durão, tomou alguma posição sobre o que disse o Almúnia?! e os investidores... ala que se faz tarde!!!
    Tudo ajuda o pai que é pobre!!! APRE!!!

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