9 de fevereiro de 2010

Líder precisa-se.

Ao revermos a história de Portugal, e todos os momentos áureos que tivemos, não é difícil identificar a característica mais vincada do povo Português.
O Português é capaz das maiores façanhas, mas para tal precisa de quem o lidere, de quem o oriente, de quem lhe diga qual o caminho, o que fazer, como fazer. No fundo o Português é dotado, é esperto, mais até que inteligente, mas tem falta de iniciativa, tem, regra geral, pouca visão, e é acomodado.
Daí que, quando de tempos a tempos surge um líder, um visionário, alguém com discurso motivador, Portugal dá um pulo e avança. Foi assim logo no início, com D.Afonso Henriques, foi assim com D.Nuno Álvares Pereira em Aljubarrota, foi assim com D.João II e Vasco da Gama e os seus descobrimentos.
O Português quer é ter alguém que assuma o risco e que tome decisões por si, se isso acontecer, acreditem, nada melhor que ter um bando de Portugueses por perto para se conquistar o que se queira.
O Português gosta da sua matilha, mas quando esta tenha à sua frente um verdadeiro “macho Alfa” capaz de os convencer a tudo, e aí, acreditem, o Português faz mesmo tudo.
Ora, o que temos hoje em dia, ou melhor, o que temos desde há muitos anos a esta parte, é uma total ausência de um “macho Alfa” capaz de conduzir esta matilha a outros patamares. Ou seja, continuamos à espera que numa manhã de nevoeiro, surja finalmente o nosso D.Sebastião, que nos tire do marasmo.
E quanto a isto não há nada a fazer, desiludam-se aqueles que julgam que devemos de fazer como os “outros”, porque nós somos nós, somos assim, e as idiossincrasias dos povos não se mudam.
Há é que, pegando nessas idiossincrasias, servirmo-nos delas de forma inteligente para daí tirarmos proveitos.
Já viram a enorme vantagem que temos ?
É que a nós basta-nos descobrir um ! um líder capaz de nos fazer arrancar rumo ao sucesso.
A história não engana, nós somos capazes dos maiores feitos, basta-nos descobrir quem nos lidere.
Será assim tão difícil arranjar um, um só ser que seja capaz de nos liderar positivamente ?

13 comentários:

  1. Tem sido difícil e continuará a sê-lo porquanto depois de uns ventos de alegada mudança soprados com o maná dos FEDER's e PEDIP's nos tempos iniciais de Cavaco, rapidamente tudo se atolou.
    Penso até que o último grande estadista que reunia as características de que os portugueses gostam e precisam foi Sá Carneiro. Tinha visão de estadista, uma visão da sociedade, vontade e determinação, era homem de pulso e não cedia nas grandes questões!
    Podemos discordar da sua visão e opções, mas acho que esse tinha esses predicados.

    Cavaco já não porquanto era e é um tecnocrata, bom de números mas sem uma visão de grande dimensão para o País; por exemplo, tivesse ele no seu tempo pensado o TGV em vez de uma rede pífia de ip's que nasceram tortos e ainda não se emenderam.
    Soares tinha também uma certa dimensão e aura, mas faltava-lhe o rigor para aquilo que Cavaco tinha em excesso.

    Hoje, e o amigo sabe para que lado me inclino, temos um leque muito amplo de "chicos-espertos" incapazes de galvanizar quem quer que seja. Vivem de irem navegando à bolina, apanhando umas ideias gerais e mandando umas larachas.
    Sócrates é perito nisso; Santana o mesmo; Portas também ...

    Ademais, quando os tempos provam que o liberalismo não é a solução e se tenta fazer regressar o capitalismo selvagem em toda a sua plenitude, Portugal precisava que surgisse um novo paradigma que fizesse germinar um novo modelo e um novo Homem! Mas está mau ...

    ResponderEliminar
  2. FP ! sob o ponto de vista do conteúdo, o que você escreveu corresponde em absoluto à minha visão/análise deste tema.
    Estamos em sintonía, discordando apenas na visão relativa ao Dr.Soares, que é alguém sobre quem eu não me consigo pronunciar a não ser com linguagem demasiado vernácula.

    Só lhe lanço aqui é um desafio relativamente ao seu ultimo parágrafo, ao estilo "quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha ?".
    Você acha que seria um novo paradigma que germinaria um novo Homem.

    E eu inverto os termos e pergunto :

    - Não seria o caso de surgir o Homem, que criasse um novo paradigma

    ResponderEliminar
  3. Anónimo9/2/10

    Pá...esse comentário foi profundo! Eu acho que conseguia utilizar isso numa aula de Gestão da Qualidade!!!Não fosse os direitos de autor...ehh ehh, hoje a noite já saltava para cima da mesa. É tudo uma grande verdade. Falta acima de tudo motivação, falta acreditar...a verdade é que o povo está acomodado porque não acredita, em nada nem em ninguem! Abraço

    ResponderEliminar
  4. Pois Rui ! mas o povo para acreditar precisa de sinais claros e evidentes de honestidade, coerência, inteligência, firmeza, e que os actos acompanhem os discursos.
    Acha, sineceramente, que isso tem acontecido nos ultimos tempos ?

    ResponderEliminar
  5. É certo que tenha de surgir primeiro o tal homem que dê corpo ao paradigma; escrevi daquele modo apenas, e em primeiro lugar, porque me parece que não será em Portugal que ele surgirá. Uma alavanca que mude toda a sociedade (e englobo aqui toda a Europa) nunca terá a força suficiente para germinar e crescer neste minúsculo país; depois, quando escrevi Homem pretendia abarcar o todo. Mas concedo que seja possível defender o contrário.
    Certo é que não vislumbro que sem um corte radical com todo este modelo seja possível ir muito longe. Com ou sem Líder.

    ResponderEliminar
  6. Também me parece que é necessário estar disponível para aceitar uma liderança forte, o que nem sempre acontece; tenho algumas dúvidas sobre o que escrevo, mas provavelmente as nossas escolhas acabam por reflectir o tipo de liderança que queremos e, por isso, vamos tendo apenas o que queremos.

    ResponderEliminar
  7. És bem capaz de ter razão Paulo, inconscientemente as pessoas acabam, muitas das vezes, por votar não no melhor mas no que dá mais jeito ... para o momento, sem pensar um pouco mais além.

    ResponderEliminar
  8. Eduardo
    Postas as coisas assim, ainda é mais difícil, porque parte logo do princípio da exclusão de uma possível fêmea "alfa".
    Não acha?

    ResponderEliminar
  9. Em complemento: conversa de homens...

    ResponderEliminar
  10. Nã nã, Benjamina !!!
    Repare que eu pus "macho Alfa" entre aspas, e que no fim me referi a um ser, portanto, tanto pode ser homem ou mulher :-)))

    Jamais eu excluiria a possibilidade de uma "padeira de Aljubarrota" nos guindar ao sucesso.

    ResponderEliminar
  11. Anónimo10/2/10

    Esqueceste-te Eduardo, foi da nossa quase contemporânea Maria da Fonte, que por acaso é daqui! E por trás de um Grande homem, há sempre uma grande mulher... quando não é ela que vai à frente! :)))

    ResponderEliminar
  12. Oh Fada, mas se eu fosse mencionar todas as grandes mulheres que este País felizmente já conheceu, estava aqui uma vida inteira a escrever posts.
    A Maria da Fonte, de facto, merece menção honrosa, dada a bravura demonstrada.
    Eu nunca me esqueço que quem me carregou no ventre 9 meses foi uma (GRANDE) mulher, quem me amamentou foi uma (GRANDE) mulher, que me casei com uma (GRANDE) mulher, e que foi uma (GRANDE) mulher que germinou a minha "sementinha" na forma do maravilhoso filho que tenho.
    Vivam as mulheres !

    ResponderEliminar
  13. Anónimo10/2/10

    Ora essa soube mesmo bem "ouvir"!!
    Aí está, porque és um Grande homem! :))

    ResponderEliminar