25 de junho de 2010

Grécia reinventa a Democracia.

Duas datas a reter : 508 a.c. e 2010 d.c.
A primeira diz respeito ao ano em que, em Atenas, o cidadão Clístenes propôs algumas reformas no sistema político então vigente, a Tirania.
A principal dessas reformas visava a concessão de apenas um voto a cada cidadão, nas assembleias regulares relativas a assuntos públicos, dando dessa forma início a um novo sistema político que se viria a chamar, Democracia.
Daí para cá, a Democracia não mais parou e, de evolução em evolução, foi-se esgotando até chegar ao ponto de estagnação, ou de ruptura, que hoje conhecemos e que mais se aproxima duma "nouvelle" Tirania.
A culpa não é, diga-se, do sistema em si, mas das brechas legais que o mesmo possui e que têm sido impossíveis de rectificar ao longo dos tempos, permitindo assim, que a corrupção se instalasse nas sociedades modernas, em especial através das mais altas cúpulas do poder, ou seja, os Governos.
Muitas têm sido as propostas de alguns dos mais importantes politólogos e pensadores, no sentido de inverter este caminho para a ruptura total do sistema, revelando-se no entanto, todas elas, infrutíferas, porque a forma tentacular como a corrupção tomou conta dos meios de decisão e do poder não permite que o sistema seja "desmontado".
A renovação do sistema não se poderá nunca fazer através dos meios que o mesmo disponibiliza, uma vez que os mesmos estão inquinados e não permitirão que a necessária mudança se faça.
E é aqui que, a data de 2010, mais concretamente a data de hoje, dia 25 de Junho de 2010, pode, penso eu, vir a tornar-se numa data que fique para a história, e mais uma vez através da Grécia para a (re)construção da nova Democracia.
Quando hoje li esta notícia, ficou claro no meu espírito que, uma vez mais, os Gregos estão a mostrar ao Mundo o caminho a seguir para que o Sistema se renove, se regenere e cumpra o seu primordial desígnio, isto é, a melhoria da qualidade de vida das populações.
Quando os Sistemas se encontram inquinados e deixam de cumprir os seus desígnios, só há um caminho a tomar.
Esse caminho é, o seu abate !

2 comentários:

  1. Eduardo, tenho muita relutância em aceitar este tipo de actos; pelo menos, como é o caso, quando há outros recursos ao dispor das populações e quando há responsabilidades partilhadas.
    Muitas vezes são os menos atingidos a tomar estas atitudes, em favor próprio diga-se.
    Além disso, uma boa parte do orçamento é gasto em despesas militares devido ao conflito com a Turquia, qual tem sido o papel acção destas pessoas perante esta matéria?

    O que eu digo é que as pessoas olharam sempre para o lado, e agora que são confrontadas com uma realidade dura, querem apenas responsabilizar os outros.
    um abraço e bom fim-de-semana,

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  2. Há de tudo um pouco, Paulo.
    Haverá seguramente um grupo de pessoas que de facto olhou para o lado, como dizes, mas quanto a mim o que mais há, e a que assistimos diariamente é a um caminho de regressão nos direitos adquiridos via Democracia.
    E quando assim é Paulo, há que lutar contra o "regime".
    Hoje, todos nos congratulamos com o 25 de Abril, e com a mudança de regime que conquistámos de forma "pacífica".
    Mas eu não deixo nunca de pensar que se naquele dia alguns PIDE's menos cobardolas tivessem resisitido e disparado a matar algum militar, o golpe de Estado teria sido sangrento, mas teria triunfado na mesma, e estaríamos todos a comemorar o 25 de Abril da mesma forma que o fazemos hoje.
    Felizmente não foi necessário derramar sangue, mas se for preciso ...

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