
Nasce-se, e durante seis anos somos mimados, protegidos, vivendo na mais profunda dependência de terceiros.
Vem a Escola e começamos, gradual e paulatinamente a ser largados às feras.
A cada ano que passa a nossa autonomia aumenta.
Quando a vida estudantil acaba, mais cedo para uns que para outros, dependendo do extracto social, da vontade e capacidade própria, ou por mera opção, entra-se na fase do trabalho.
O dinheiro começa a entrar, mas mais rapidamente acaba por sair. Não chega, nunca chega, e como tal contraem-se empréstimos. Para a casa, para o carro, para a mobília …
Nessa altura já não se está na fase do trabalho, entrou-se, definitivamente, na fase da escravidão.
Dizem que já foi abolida. Balelas. Douraram-na isso sim, mas ela existe, sempre existiu e vai continuar a existir.
Também aqui, dependendo essencialmente da inteligência de cada um, há os que se alforriam mais cedo que outros, por norma nunca antes dos cinquenta e tal anos de idade.
E como não há, nem nunca houve, escravos felizes, a verdade é que as sociedades actuais são, regra geral tristes, presas na escravidão que o dinheiro representa.
Como qualquer psicólogo ou sociólogo vos dirá, as pessoas produzem tanto mais quanto maior for o seu grau de satisfação, de alegria.
Ora, se assim é, não é difícil concluirmos que vivemos numa sociedade predominantemente improdutiva, o que só pode desaguar em crises como esta que vivemos agora, como as que já vivemos no passado e as que, seguramente, vamos viver no futuro.
Nestas alturas de crise, surgem os homens dos gráficos, com contas feitas e refeitas, e que nos explicam, ou tentam explicar, porque é que aqui chegámos e como é que daqui podemos sair.
Sabem o que eles são ?
Vendedores de banha da cobra !
A crise não é financeira, nem económica, não tem nada de matemático nela.
A crise é Humana, ou melhor, a crise é de falta de Humanismo.
Nas equações deles, nos seus gráficos, nas suas previsões, o Homem é constantemente visto e mencionado como um recurso.
Recurso ?
Mas que raio de sociedade é esta que me chama recurso, que me trata como um número ?
O paradigma está errado logo na base, e não há economista que resolva a(s) crise(s).
Só quando o Homem ganhar por si próprio e pelo meio em que vive o respeito devido, é que as crises cessarão e este Mundo poderá tornar-se, quem sabe, num verdadeiro Éden.
Repense-se a sociedade, o ensino, os valores de base, relativizem-se as matemáticas, as economias, em suma os números, e aposte-se definitivamente no Humanismo, no bem estar, na espiritualidade, na cultura geral, e libertemos o Homem da sua condição de escravo.
A solução da(s) crise(s) existe, chama-se ALEGRIA.