27 de fevereiro de 2012

Fim.


Como tudo na vida, há um princípio e um fim.
No dia 27 de Agosto de 2009, dei inicio a este meu querido projecto do "chegateaqui", hoje, dia 27 de Fevereiro de 2012, 30 meses depois, tomei a decisão, ainda que difícil para mim, de colocar um ponto final neste projecto.

A todos os que comigo partilharam opiniões, saberes, alegrias, desabafos e até disparates, o meu muito obrigado.
Um blogue sem seguidores e/ou comentadores não é um blogue, é, quanto muito um diário pessoal ou até mesmo um exercício de narcisismo.
São os seguidores e comentadores que dão sentido ao blogue, e o "chegateaqui" não fugiu à regra.

Obrigado a todos, e até qualquer dia ... vou andando por aí !

Eduardo Miguel Pereira.

26 de fevereiro de 2012

Domingo cultural.

Esconderijo
(repostagem dum texto meu que aqui deixei há algum tempo e que hoje se me afigurou actual)

Começa baço, espesso, depois vem-me tudo à memória, a infância e juventude, soltas, descomprometidas, e de súbito ... turvo, negro e profundo.
Tão profundo que dói.
Rio, antes, sorrio, a dor também nos faz sorrir.
E quantas vezes não choramos alegres ?
Na melancolia de um sorriso de tristeza vislumbro mais longe que numa gargalhada destemperada.
E logo eu que rio tanto.
Serei oco ?
Talvez. Pelo menos na alegria assim serei.
Já na tristeza conheço-me e reconheço-me melhor. Vou mais fundo, deixo a superficialidade do riso e mergulho no eu sério, pensativo e penetrante.
É o meu esconderijo, aqui estou só, seguro, ninguém aqui chega. É um lugar estranho este. Pequeno mas sem limites, com um silêncio musical e o mais brilhante dos escuros.
Quando daqui saio penso :
- Escapei ! voltei a escapar.
Temo que um dia não consiga de lá sair, que fique aprisionado no esconderijo da minha consciência.
A loucura deve ser algo parecido, inconsciente.
A realidade é uma besta mas acorda-me, resgata-me, salva-me.
Hoje foi bom levar o papel e o lápis para o esconderijo, senti-me acompanhado pelo som áspero do carvão no papel.
Quebrou a música do silêncio.
O esconderijo jamais será o mesmo.

25 de fevereiro de 2012

Sábado, tempo de lazer.

Inaugurado há pouco mais de um ano, o percurso pedestre "Arribas do Tejo", situado entre as freguesias do Gavião e de Belver, é um verdadeiro "must" para os amantes de passeios na natureza.


Enquadrado pelas belezas naturais do Tejo e das suas arribas, e pelo magnífico Castelo de Belver, o percurso (circular) faz-se sem grandes dificuldades.



O percurso inicia-se na bela vila de Belver, e desce em direcção Tejo, passando pela aldeia de Torre Fundeira. Mais adiante, no Cabeço do Pintalgaio, a paisagem é deslumbrante e com uma particularidade. Daqui avistam-se terras de três regiões distintas, Alentejo, Ribatejo e Beira Baixa.


Já em terras do concelho de Gavião, a praia do Alamal, com vista para Belver, convida ao descanso. O passadiço de madeira que se segue serpenteia o Tejo e permite uma progressão suave e de grande beleza paisagística.


Atravessada a ponte, o percurso sobe até ao ponto de partida. Por essa altura a fome aperta e as iguarias da região são capazes de agradar a qualquer estômago. A não perder, o ensopado de enguias, o achigã frito e a lebre com couve, entre outros pratos típico.

24 de fevereiro de 2012

23 de fevereiro de 2012

5ª Feira. Pensamentos e citações.

Tu que tanto avisaste a malta
Partiste cedo demais
Continuas fazendo falta
A nós, simples mortais



22 de fevereiro de 2012

4ª Feira. Crónica de escárnio e mal dizer.

O momento alto da vida nacional nos últimos dias foi, quanto a mim e sem sombra de dúvidas, a confirmação clara e inequívoca de que, do meio do lodaçal político em que nos encontramos mergulhados, acabou por emergir uma figura carregada de altruísmo; de sentido patriótico e de grande espírito de solidariedade nacional.
Falo, obviamente, do Prof. Eduardo Catroga.
Fiquei sensibilizado, devo confessá-lo, com a forma franca, honesta e sincera como o Prof. Eduardo Catroga explicou em conferência de imprensa que aceitou o cargo de altíssima responsabilidade que os novos “patroões Chineses” da EDP lhe reservaram sem sequer discutir o vencimento que virá a auferir.
Numa altura em que é necessário “puxar por Portugal” sem olhar a esforços, louve-se a atitude patriótica deste homem que, às cegas, aceitou pôr todo o seu conhecimento e toda a sua força laboral ao serviço da nação, sem olhar a mais nada que não seja, a recuperação económica do país.

Bem sei, Sr. Prof. Eduardo Catroga, e usando um termo que lhe é bastante querido, que mais Euro menos Euro, isso para si são meros “pintelhos”.

E é por isso mesmo, e pela proximidade “pintelhal” que lhe digo :
- Ó Sr. Prof, você é bonzinho como o caral.. !

21 de fevereiro de 2012

3ª Feira. Resumo da jornada.

Depois de uma série de jogos brilhantes do Benfica, que já valiam comparações com a arrasadora equipa que valeu o último título às Águias, eis que, de forma totalmente inesperada, o Benfica soma como derrotas os seus dois últimos jogos.
Primeiro para a Champs, contra o Zenit, num jogo estranho onde o estado do relvado e o frio intenso ajudam a explicar o resultado, depois, ontem, num jogo em Guimarães, onde o Benfica esteve uma sombra de si próprio e se revelou incapaz de voltar ás boas exibições que vinha registando.
De positivo neste jogo, para mim claro, que sou um indefectível Benfiquista, apenas duas questões.
Primeiro, a ausência dos tão afamados "casos do jogo". Não houve casos, o Guimarães jogou bem, o Benfica nem por isso, e a vitória assenta bem ao Guimarães porque foi mais inteligente a gerir o tempo e o resultado.
Segundo, a novidade (pelo menos para mim foi), de ver um Jorge Jesus mais maduro e humilde e acima de tudo com uma postura perante a derrota sofrida condizente com a grandeza do clube que treina. Aceitou a derrota, não se refugiou nos lugares comuns dos erros de arbitragem e reconheceu mérito ao Guimarães, e em particular ao seu treinador. Ficou-lhe bem.

No Domingo, o porto ganhou sem surpresa o "meu Vitórrria", o que para mim constituiu tristeza dupla. De registar neste jogo, apenas a "particularidade" de, mais uma vez, o caminho para a vitória portista ter surgido através duma claríssima e nada usual falha de marcação do central Ricardo Silva. 
É curioso vermos a frequência com que jogadores que no passado já actuaram de azul-e-branco têm falhas clamorosas sempre que defrontam a sua antiga equipa. Idiossincrasias !

No Sábado, o Sporting ganhou, sem brilho, sem glória e acima de tudo sem táctica. Ainda estou para entender qual foi o sistema táctico em que o onze Sportinguista assentou o seu jogo. Estou para entender eu, deve estar para entender o Sá Pinto e devem estar para entender os jogadores do Sporting. Valeu-lhes a vitória que é, na conjuntura actual, o que mais lhes interessa. As tácticas e as "notas artísticas" podem esperar.

Parabéns ainda para o meu Praia de Milfontes, que continua a fazer um campeonato brilhante na 1ª Distrital de Beja, onde segue isolado no 2º lugar, após vitória caseira por 2-1 sobre o Panóias.

Sorte contrária teve o meu Cova da Piedade que perdeu por 1-0 em Grândola, mantendo-se ainda assim num bom 6º lugar na 1ª Distrital de Setúbal, o que perspectiva um campeonato tranquilo até ao fim.

20 de fevereiro de 2012

2ª Feira Ecológica.

O desperdício de água potável no consumo doméstico assume, cada vez mais, proporções de autêntica calamidade, tendo em conta a crescente escassez que este bem (água potável) regista.
Enquanto as entidades competentes não legislarem sobre esta matéria, obrigando, ao nível da construção, a que se criem soluções onde algumas águas residuais (por exemplo as que saem das máquinas de lavar roupa ou loiça, ou até mesmo as que saem do lava-loiças) sejam armazenadas em tanque próprio que servirá depois para uso nas descargas do autoclismo, teremos de ser nós, cidadãos conscientes, a alterar hábitos que visem a salvaguarda do nosso planeta.

Uma solução simples e que para além de ecológica se revela também muito interessante sob o ponto vista da redução de despesas (necessidade que hoje deve assolar a grande generalidade do Povo Português) é a de aproveitar a água que normalmente se gasta em cada banho até que a temperatura da mesma esteja adequada.
Basta, para o efeito, ter um balde (com capacidade entre 5 a 10 litros), para onde se faz correr a água até que esta esteja à temperatura desejada. Depois, quando for necessário efectuar a descarga do autoclismo, poder-se-á usar, em vez do autoclismo, a água entretanto armazenada no balde.

Com isto poupamos, e muito, no desperdício de um bem precioso e cada vez mais escasso, e acabamos ainda por poupar na conta da água.
Posso assegurar-vos que se nota na factura. No meu caso, um agregrado familiar de 3 pessoas, a poupança passou a ser de 3 a 5 Euros em cada factura.

Poupe água, o planeta agradece !

19 de fevereiro de 2012

Domingo cultural.


Excerto :

"Não há nada mais humilhante do que ser assalariado. O meu destino é ser livre. E a servidão do assalariado é perversa: dá-lhe a falsa noção de que é livre porque dispôe de dinheiro para as suas necessidades mais elementares. Mas não me queixo. Quem se queixa está a empurrar os seus problemas para os outros."

18 de fevereiro de 2012

Sábado, tempo de lazer.

Enquanto a chuva não chega, e os dias continuam solarengos e convidativos ao passeio, nada como aproveitar para desfrutar das maravilhas naturais do nosso querido Portugal e ao mesmo tempo tratar da saúde.

Um passeio pedestre pela magnífica Arriba Fóssil da Costa de Caparica é um desses pequenos tesouros escondidos, que está “já aqui”, ao alcance de todos, mas em especial daqueles que moram na Zona de Lisboa e Margem Sul do Tejo.

Pode-se ir de carro, mesmo até à Fonte da Telha, ou, para os mais conhecedores da zona, evitar a descida até lá abaixo e deixar a viatura na estrada que dá acesso ao quartel da Nato.
A caminhada pode iniciar-se na zona da Arriba que fica mesmo sobre a povoação da Fonte da Telha, em direcção a Sul (seguindo sempre a linha costeira). A vista é deslumbrante, os trilhos são acessíveis e diversos (não saiam deles, porque ao fazê-lo estão a prejudicar o delicado ecossistema dunar) e a fauna e a flora convidam a um passeio calmo e contemplativo, sem correrias.

A evitar, os trilhos que estejam muito próximos da zona limite da Arriba, pois é preciso não esquecer que estamos a pisar terreno arenoso e fustigado pela erosão, onde o perigo de derrocada é permanente.

Munidos de roupa e calçado adequado, bem como de água e alguma alimentação (recomendam-se barras energéticas e fruta), o ideal é ir percorrendo a Arriba, sempre para Sul, até se atingir a Lagoa de Albufeira. Cenário idílico e de grande valor ambiental e ecológico.


O regresso, ou se faz pelo mesmo caminho, ou então pode escolher outro tipo de paisagem e de terreno, optando aí pela estrada de terra batida que cruza a zona de mata e pinhal adjacente à Herdade da Apostiça até se atingir de novo o quartel da Nato.

Reserve uma manhã inteira, ou tarde inteira para este magnífico passeio. A dificuldade do percurso é baixa e acessível a praticamente todos.
Nesta última foto fica-se com uma perspectiva geral da zona da caminhada. A Fonte da Telha fica ao fundo (na parte superior da foto), junto à linha de costa, e caminha-se até se atingir a Lagoa de Albufeira. A zona de mata e pinhal, é toda a mancha verde que se encontra acima da Lagoa.

14 de fevereiro de 2012

União Europeia ? Não me gozem, pá !



O vendaval desencadeado após a divulgação destas imagens não me surpreendeu.
Surpreendeu-me, isso sim, o motivo pelo qual a generalidade dos meios de comunicação social; os mais diversos analistas políticos e o comum cidadão se indignaram.
Ficaram todos muito indignados e ofendidos porque o Ministro das Finanças Português, Vitor Gaspar, se curvou, qual dama de servir, perante o Ministro das Finanças Alemão, rogando-lhe favores e patenteando uma triste subserviência canina.

Esperem lá ! mas vocês indignam-se porque o Vitor Gaspar se curva e recurva e rasteja para alcançar os seus objectivos (que não são necessariamente os de Portugal, diria mesmo, nunca são os de Portugal) ?
Vão-me desculpar a franqueza, mas devem andar todos muito distraídos.

O que verdadeiramente me indignou e enfureceu foi a constatação mais que evidente de que a Europa, ou melhor, a União Europeia, pura e simplesmente não existe. É uma farsa. É uma falácia.
Existe um país, a Alemanha, que põe e dispõe dos restantes estados membro da UE e que decide, unilateralmente e a seu belo prazer, o que fazer com os restantes países que estão subjugados ao seu poder.

É hora de acordar e chamar os bois pelos nomes.

Não há União Europeia.
Há, isso sim, um IV Reich, com um poder de ocupação e subjugação dos povos muito superior àquele que Adolf Hitler conseguiu.

9 de fevereiro de 2012

Declaração.

Manifestações; Greves; Moções de censura, tudo isso são ferramentas de luta úteis e que deverão ser usadas quando a situação do pais a isso obrigue.

Mas estas formas de luta só fazem sentido quando enquadradas num cenário democrático, algo que, muito claramente, não se verifica hoje em dia em Portugal.
Um país que vive sob a alçada dum governo que aprova, por exemplo, novas leis laborais eivadas de inconstitucionalidades e que retira de forma, também ela inconstitucional, subsídios de férias e de Natal, é um país que vive na mais perfeita falta de democracia, diria mesmo, um país onde reina o despotismo e uma nova forma de ditadura.

Perante esta falta de democracia, tentar lutar por direitos de forma democrática é o mesmo que ir para uma guerra a sério munido de fisgas e bisnagas de carnaval.

Para mim chega. Lutarei sim, quando a luta for mais musculada e se passem a usar as armas adequadas ao combate que este regime exige.

Até lá, recuso-me a brincar mais às lutas !

4 de fevereiro de 2012

Inovar na luta, necessidade premente.

A Greve de Transportes do passado dia 2 de Fevereiro foi, assuma-se com frontalidade, um fracasso no que à luta sindical diz respeito.
E como em tudo na vida, também aqui a culpa não morre solteira. 
Diria mesmo que, tal como tudo o que de mau acontece em Portugal nos últimos tempos, há uma Troika culpada pelo insucesso desta greve.
Essa Troika, causadora de tamanho insucesso, é composta primeiro pelos Patrões, depois pela UGT e por fim, por mais que me custe admitir, pela CGTP-IN.
Vamos por partes.
Na base do problema estão, principalmente, os Patrões, que pela sua postura autoritária e fascizante, resguardados e apoiados que se encontram, cada vez mais, em leis laborais que lhes permitem tratar os empregados como meros números, numa equação que eles raramente sabem resolver, enveredarem pelo caminho da ameaça, pelo caminho dos processos disciplinares, em suma, pelo caminho do prepotente "eu quero, posso e mando".
Depois, na hierarquia da culpa do fracasso desta greve, que me parece ser apenas o primeiro de muitos,  surge inevitavelmente a UGT, que duma forma cada vez mais despudorada e assumida, se revela como o verdadeiro braço armado do patronato no âmago do movimento sindical nacional, assinando acordos que fragilizam cada vez mais a capacidade negocial dos trabalhadores e desequilibrando de forma irremediável a relação de forças que devia nortear e presidir a luta sindical contra um patronato cada vez mais desumanizado e agressivo.

Pior que um povo não informado, somente um povo mal informado, como é, infelizmente, o nosso caso. Se fosse efectuada uma sondagem junto dos trabalhadores Portugueses, onde lhes fosse inquirido o que é a UGT, ou o que é a CGTP-IN, o que é que as centrais sindicais fazem, e que princípios políticos e sociais cada uma destas entidades defende, rapidamente se chegaria à conclusão que, uma quase esmagadora maioria dos trabalhadores nacionais está muito mal informada em relação a esta matéria e que, na dúvida e no desconhecimento, tende a meter tudo (UGT e CGTP-IN) no mesmo saco e a pensar que "esses gajos são todos iguais".
E é precisamente sabendo disto que o duo Patronato-UGT fomenta cada vez mais, de forma premeditada e através dos seus últimos comportamentos e decisões, uma descrença generalizada na opinião das pessoas relativamente à luta sindical.

Resta-nos, para uma luta sindical verdadeiramente justa e norteada pelos princípios democráticos e de justiça social que se impõe, a CGTP-IN.
E porque é que no início do post eu incluo a CGTP-IN na Troika dos culpados do insucesso da última greve dos transportes ?
Porque é cada vez mais evidente a falta de inovação nas formas de luta que a CGTP-IN leva a cabo.
Apesar de ser composta, na sua generalidade, por pessoas que defendem e que lutam de forma digna, honesta e com muito sacrifício pessoal e familiar, a verdade é que neste jogo do gato e do rato com o patronato  a CGTP-IN tem-se deixado atrasar.
Esta luta CGTP-IN-Patronato, assemelha-se muito à luta que se trava nas últimas décadas entre os criadores de vírus informáticos e as empresas de desenvolvimento de softwares anti-vírus, com as últimas a limitarem-se, na  maior parte dos casos, a reagirem ao avanço que levam os "piratas" criadores dos vírus.
Assim tem sido, de facto, esta luta Patronato-CGTP-IN, com os primeiros movendo toda a sua enorme influência junto dos governos, criando leis laborais que oprimem cada vez mais a classe trabalhadora, e dotando-os de ferramentas de pressão que lhes permite facilidade nos despedimentos sem justa causa, processos disciplinares sem base de sustentação, entre outros.
E perante isto, a CGTP-IN tem continuado a lutar com as mesmas armas, e com as mesmas estratégias que tem usado ao longo dos últimos 35 anos.
É uma luta desigual e onde os pratos da balança pendem, cada vez mais e de forma acentuada, a favor do patronato.
Há imenso a fazer e a melhorar por parte da CGTP-IN e dos seus sindicatos no sentido de inverterem este estado de coisas.
Deixo aqui, apenas, 2 exemplos/ideias que me parecem ser dos mais evidentes e que mais rapidamente poderiam criar outra dinâmica na luta sindical.

Em determinada altura da sua vida um trabalhador decide juntar-se à luta sindical, e automaticamente o que acontece é que ele é "recrutado" para tarefas de acção sindical junto da sua área profissional.
Isto é, se se tratar dum trabalhador dos transportes irá actuar ao nível da distribuição de panfletos, de piquetes de greve e de outras tarefas dentro da sua empresa, ou junto de outras do mesmo ramo.
Ficando dessa forma identificado, desde logo, pelo patronato e tornando-se assim um alvo mais fácil de ser abatido, em especial agora com as novas regras que a lei laboral permite.
Se um trabalhador pertencer a uma Comissão de Trabalhadores, aí, claro está, ele será sempre identificado internamente como um sindicalista junto do seu patronato. Mas a luta sindical faz-se, ou deve fazer-se, muito para além das Comissões de Trabalhadores, e uma das inovações que os sindicatos deverão implementar é a possibilidade de colocar aqueles que aderem à luta sindical a desenvolverem tarefas em sectores onde a sua identificação seja dificultada ou mesmo impossibilitada. Coloquem-se os metalúrgicos na luta à porta dos bancos, coloquem-se os bancários na luta à porta dos transportes, coloquem-se os trabalhadores dos transportes na luta à porta das construtoras, e assim por diante.
Muita gente hoje se sente impelida a aderir à luta, mas rapidamente se desmobilizam porque sentem temor, mais que justificável, por assumirem de peito aberto essa luta no seu local de trabalho. O patronato rodeou-se de leis que lhes permitem eliminar facilmente quem os combata, e como tal, cumpre aos sindicatos, e aqui refiro-me em particular aos da CGTP-IN, porque da UGT não se pode esperar mais que não seja pulhice e compadrio com o patronato, inovarem essa luta, criando condições para que aqueles que queiram aderir o possam fazer de forma mais descontraída e com menos receio.

Uma segunda sugestão que gostaria de aqui deixar era a que se incentivasse, cada vez mais, a utilização da Greve de Zelo como uma forma de luta que é, quanto a mim, extremamente eficaz.
Com a crise que se vive, a maioria das pessoas pode ter muita vontade de aderir a uma greve, mas a perda dum dia de salário, numa altura em que as necessidades são cada vez maiores, inibe muitos a aderirem a essa greve, o que é legitimo, diga-se.
Apresentar-se ao trabalho e não produzir, é um verdadeiro 2 em 1, não só dá força à luta sindical como ainda constitui um verdadeiro golpe nas "partes baixas" dum patronato que vê o lucro como objectivo único.
Embora aqui, também se deva ter, actualmente, cuidados redobrados com a nova legislação laboral.

Muitas mais ideias poderão e deverão ser introduzidas na luta sindical, sob pena de, não o fazendo   permitirmos, de vez, a instalação duma ditadura financeira que se começa a revelar muito mais feroz e corrosiva que as antigas ditaduras a que o Mundo assistiu.

30 de janeiro de 2012

Assim fico mais descansado.

Os líderes Europeus anunciaram hoje que se comprometem a criar "planos nacionais de emprego".
E quais são as ideias base que presidem a estes planos ?

"desenvolver e implementar iniciativas abrangentes" a nível da criação de emprego.


Ora aí está uma grande ideia. E isto quer dizer o quê, mesmo ?

"vigilância reforçada" no quadro do chamado "semestre europeu". 

Bom ! pelo menos os "Securitas" e os "SOV" devem ter emprego em barda !

"aumentar substancialmente o número de estágios"

Ora aí está o tipo de emprego seguro e duradouro que todos anseiam para poder construir um futuro de vida sólido e prometedor.

"reforçar a mobilidade laboral" 

Ui, que bom ! nada como trabalhar hoje em Lisboa, amanhã no Porto e para a semana em Faro. Assim uma pessoa nunca se enjoa !

Como está bom de ver, o futuro que nos aguarda a todos, em particular aos jovens, é brilhante e motivador.
Quem não deve estar nada contente com estas medidas são os "patrões", coitados, que anseiam pelo dia em que se tomem medidas que finalmente os favoreçam.

Viva a Europa, viva a Globalização !

23 de janeiro de 2012

Cheira-me que ...

Como é óbvio, também eu fiquei indignado com as declarações do Sr. Presidente da Republica acerca das suas (baixas) reformas.
Senti de imediato a vontade de vir aqui ao Blogue dar corpo a essa indignação, mas na altura, a braços com uma série de outras tarefas, tal foi-me totalmente impossível de realizar.
No dia seguinte, e dado o efeito explosivo que essas declarações produziram por todo o lado, blogoesfera incluída, pareceu-me que já não valia a pena dar-me ao trabalho de escrever o que quer que fosse sobre essa matéria.
Eis senão quando o Sr. Presidente se sai com mais uma declaração que voltou a despertar a minha atenção. Desta vez não foi a indignação que me moveu a escrever, não. Desta vez o que me leva a vir aqui escrever è a desconfiança, o receio, no fundo o "cheira-me que ..." que as suas palavras me suscitaram.

Disse o Sr. Presidente, que se vê a ele mesmo como sendo "Provedor do Povo".
Ora eu, que já ando escaldado com as subreptícias mensagens que esta gente passa de cada vez que abre a boca, fiquei cá a matutar :

- Será caso que ele está já aqui a deixar no ar a ideia de que, para além das reformas que recebe pelo seu trabalho enquanto Professor e enquanto Bancário, lhe deveria ser atribuida também uma terceira reforma enquanto Provedor ?

Nunca se sabe. Com esta gente, todo o cuidado é pouco !

18 de janeiro de 2012

Modus Operandi à lá Troika.

Escolhe-se um governo para trabalhar a prazo e composto por indivíduos sem escrúpulos e facilmente corruptíveis (Passos e Portas).
Preferêncialamente, alguns deles sem passado político nem esperança política futura (Álvaro e Vítor) para mais facilmente se abaterem.
Estes criam uma austeridade sem memória que desemboca, inevitavelmente, em graves conflitos sociais, que por sua vez obrigam à demissão do próprio Governo.
Perante a gravidade da situação a Troika Internacional (FMI-BCE-UE) apressa-se a delegar e a impor um “governo de salvação nacional” composto por um grupo de tecnocratas (António Borges ?, …) com raízes e passado profissional em instituições da própria TI (Troika Internacional) ou similares (Goldman Sachs, …).
Estes são eleitos por indigitação directa e sem qualquer acto eleitoral, e eis que temos a mais fria e cruel Ditadura imposta nas barbas do Povo.

Isto, meus caros, aconteceu na Grécia e em parte na Itália também, e está a acontecer em Portugal.
Não vê quem não quer ver.

15 de janeiro de 2012

Patuá de Macau.

Várias vezes me tenho pronunciado sobre a relação única que Portugal tem, enquanto Estado Membro da UE, com a mais emergente e possante economia mundial, a China.
E Portugal poderá, e deverá, disso tirar proveito de duas formas distintas. Primeiro, e mais importante, mantendo e se possível cimentando ainda mais o bom relacionamento, que dura há séculos, entre os dois países, depois, tornando-se no interlocutor Europeu de excelência nas relações politicas e comerciais que, inevitavelmente, serão cada vez maiores entre a UE e a China, reforçando e engrandecendo dessa forma o nosso papel dentro da própria UE.

A história não se apaga, e a nossa presença em Macau, que tão esquecida e negligenciada tem sido pelos nossos governantes, e que durou até há bem pouco tempo atrás (20 de Dezembro de 1999), deixou marcas únicas na vida e na forma de estar daquele povo.
De uma forma descontraída, mas ainda assim bem reveladora daquilo que acabo de dizer, aqui vos deixo este vídeo bem engraçado, onde fica provado que até ao nível da língua a nossa presença deixou marcas bem profundas e unificadoras com o povo Chinês.

O Patuá de Macau :



13 de janeiro de 2012

É o karma !

Há pessoas que parecem nascer com um verdadeiro "karma". Parecem no fundo destinadas a, como soi dizer-se, carregarem uma cruz toda a sua vida.
Elas podem fazer o que fizerem, podem mudar o rumo da vida as vezes que mudarem, que a sua cruz, que o seu "karma", teima em não as largar.
Uma das pessoas onde esse "karma" é notório é a Exª Hillay Clinton.
Ontem como hoje, o "karma" da Hillary é ter montanhas de problemas com homens que dão um péssimo uso à pilinha sempre que a tiram das calças para fora.

Eu se fosse à Sra. Hillary refugiava-me num convento de freiras, ao menos por lá parece pouco provável que surjam problemas com pilinhas de fora da calças ... ou não !

10 de janeiro de 2012

Quem "parte" paga !

Assim à primeira vista, quando li esta notícia que dava conta duma situação em que um empregado duma empresa de segurança havia sido obrigado a pagar o valor dum furto ocorrido durante o seu turno, achei que se tratava duma grande e inqualificável injustiça.
Depois, analisando bem a questão sob todas as perspectivas, pus em causa essa minha primeira impressão e cheguei à conclusão que, o que tem faltado a este país é precisamente que esta medida seja disseminada de forma geral, de alto a baixo, dum lado ao outro, de forma totalmente transversal à nossa sociedade.

O que fizeram ao Sr. Segurança, que por falha profissional lesou a loja onde prestava serviço, é o mesmo que teria de ser feito ao Sr.Administrador, ou ao Sr. Presidente, ou ao Sr. Patrão de qualquer empresa em Portugal que, por erro, incúria, incapacidade profissional, ou mesmo pura pulhice, causasse graves prejuízos à empresa, levando a mesma, muitas vezes, à falência.
Ou seja, esse Sr. Administrador, ou Sr. Presidente ou Sr. Patrão, deveria ser obrigado a pagar do seu próprio bolso o valor correspondente ao prejuízo por si causado.

E se quisermos ir mais longe e almejarmos um país verdadeiramente justo e com reais possibilidades de futuro, apliquemos a mesma pena agora aplicada ao Sr. Segurança a todos aqueles que ocupam cargos políticos de governação.
Aí sim, aí a justiça seria completa, e seguramente passaríamos a ter um elenco político menor mas composto, apenas, por aqueles que têm da política a sua visão acertada e não aquilo a que temos assistido ao longo dos últimos 35 anos.

9 de janeiro de 2012

O Xico voltou a cantar !

Um dos animadores do ambiente familiar cá de casa é o Xico.
O Xico é um extraordinário Canário, passarinho lindo e que me foi dado por uma vizinha lá do Alentejo e que tem uma capacidade de canto muito para lá do normal.
Pavarotti, Carreras e afins, parecem amadores ao pé do meu Xico.
No entanto, como qualquer canário, o meu Xico tem alturas do ano em que não canta.
Quando ele volta a cantar, a minha casa ganha outra luz, outra alegria, o ambiente fica mais melodioso e saudável.
Ontem, após longo interregno, o meu Xico, ao ouvir a música clássica que passava no Canal Mezzo, encheu a peitaça e desatou a cantar ao despique com a orquestra.

Foi uma alegria para nós.
O Xico está de volta e em grande !

E para começar a semana da melhor maneira, aqui deixo uma dedicatória ao meu Xico, desta vez por uma voz também (quase) tão boa como a do meu Xico.

6 de janeiro de 2012

Como identificar um Maçon.

De acordo com notícia veiculada ontem pelo DN, o Ministério Público tem em curso uma investigação que visa apurar quais os deputados Maçons e tentar com isso entender e desvendar os meandros que possam existir nas ligações Maçonaria-Parlamento-Serviços de Informações.

Das duas uma, ou os elementos envolvidos nesta investigação são ainda muito novinhos, ou então, na sua juventude não tiveram a inteligência e o bom senso de assistirem ao brilhante humor dos Monty Phyton.

Senão vejamos :

2 de janeiro de 2012

Nem tudo foi mau em 2011.

Foi assim em 2009, repetiu-se em 2010, e eis que em 2011 a tradição se manteve.
A Câmara Municipal de Almada (CMA) continua, de forma única a nível nacional, a mostrar aos Almadenses em particular, e aos Portugueses em geral, que a gestão pública eficiente e com lucro é, mais que um desígnio, uma realidade.
Num ano de 2011 em que as dificuldades económicas e as restrições do Governo Central se fizeram sentir como nunca, a CMA dá, uma vez mais, um exemplo de como se devem gerir os dinheiros públicos de forma correcta e não descurando nunca o progresso e a melhoria da qualidade de vida da sua população.

Exemplos desses progressos e da melhoria da qualidade de vida em Almada são muitos, e já algumas vezes aqui os tenho referido.
O sucesso do Metro Sul do Tejo (apesar da vergonhosa campanha orquestrada para fazer crer o contrário);  a modernização dos SMAS, com ETAR's onde já se faz o aproveitamento do Biogás ali produzido, e com o aproveitamento das águas tratadas a serem usadas na limpeza das próprias ETAR's bem como da frota de veículos da CMA, promovendo com isso a poupança de consumo de água potável e consequente melhoria do ambiente no Concelho, são apenas alguns dos exemplos.

Mas também neste final de ano surgiu mais uma notícia que demonstra bem o bom trabalho que a CMA, em parceria com a UNL/FCT (Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências e Tecnologias), tem efectuado ao nível da melhoria do Ensino, da Investigação e da criação de Emprego no Concelho.
O Madan Parque foi considerado, num concurso internacional, o 3º melhor Parque Tecnológico do Mundo no ano de 2011, como aqui se comprova.

"Contra factos não há argumentos", costuma o Povo dizer do alto da sua sabedoria, e isso é bem verdade aqui em Almada.
Tenham os Portugueses consciência disso mesmo no dia em que são chamados a eleger os seus governantes, e outro Portugal teremos nós no futuro.

No entanto, e também como o diz o Povo, "não há bela sem senão".
Desafio os meus queridos seguidores/comentadores a mostrarem-me uma notícia, ou uma reportagem sobre estes temas que aqui apresento, que tenha passado num dos muitos Telejornais diários nas diversas televisões nacionais, ou mesmo, numa qualquer rádio deste país.
Não convém ao poder instalado, que comanda os "media", mostrar ao Povo Português que uma Câmara Comunista tem esta capacidade única de bem gerir. Isso é notório e é vergonhoso.
Peço-vos a todos que divulguem este meu Post o mais possível para que assim possamos, via Blogosfera, fazer um pouco do Serviço Publico que outros teimam em não fazer.