30 de março de 2010

Alexandre Herculano

No passado dia 28 de Março, passaram 200 anos do nascimento de um dos maiores vultos da cultura Portuguesa, Alexandre Herculano.
Notabilizou-se sobretudo no romance histórico, mas também deixou obra no campo da poesia e ainda na história, tendo sido ele quem, em 1846, publicou a 1ª História de Portugal com base nos princípios da historiografia científica. De salientar ainda a sua extensa obra em formato de Opúsculos que constituem património impar na cultura Portuguesa do género.

Triste o País que deixa passar totalmente em branco esta data e não respeita a memória da sua própria cultura. Não tomei conhecimento de alguma iniciativa governativa que celebrasse o nascimento de Alexandre Herculano, e muito menos vi, li, ou ouvi, qualquer referência à mesma nos diversos meios de comunicação social.

Em sua memória aqui deixo uma citação por ele proferida, que se me apresenta perigosamente actual :

"Há épocas de tal corrupção, que, durante elas, talvez só o excesso do fanatismo possa, no meio da imoralidade triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rijamente temperadas".

Parabéns Herculano.

21 de março de 2010

Faltas-me

Quero ter-te, sentir-te, possuir-te, gozar-te.
Não a qualquer preço, nem de qualquer forma, quero ter-te sim, mas com qualidade, com paz, com a sabedoria e a mestria daqueles, poucos, que realmente te amam e que, ao fim e ao cabo, te merecem.
Quanto mais por mim passas, mais te desejo, mas não assim como agora nos relacionamos, assim não, assim custas-me, massacras-me, molestas-me.
Não fazes por mal, bem sei, são as circunstancias da vida que a isto levaram.
Cumpre-me a mim mudar, saber esperar, mas nunca desistir de ti, isso nunca. Se o fizesse morreria fulminado pelo desgosto no instante seguinte.
Irei em tua busca o mais rápido que posso, mas bem sei que para te ter como te desejo não posso queimar etapas, tudo terá de ser vivido e sentido plenamente para que, quando finalmente pudermos consumar a nossa relação, tu e eu estejamos na mais perfeita sintonia e nos possamos fundir num só para todo o sempre.
Lá chegaremos, meu querido ... TEMPO.

18 de março de 2010

Verdadeiramente incrível.

Há muito tempo que não era surpreendido de tal forma com um "joguinho" online.
Para mim, que sou profissional no ramo da Informática há quase uma vintena de anos, só posso ficar deslumbrado com este "jogo", com a sua enorme base de dados, e com a forma inteligente como a mesma é explorada.

cliquem aqui

p.s.
até com o Zézé Camarinha isto funcionou, espectacular !

15 de março de 2010

Stand by me - experiência musical fantástica

Absolutamente impressionante, quer a nível técnico, quer a nível musical.
Trata-se de um grupo de pessoas, que não se conhecem entre si. É aqui que entram os técnicos de som e imagem voluntários e sem remuneração, que se ocuparam de captar o som de cada um dos "cantores", individualmente e a nível mundial (uma vez que são actuações ao ar livre e isso é extremamente difícil de fazer sem "ruídos exteriores"). Posto isto e remisturado, atingindo um nível de pureza musical notável, chegamos a esta maravilha musical conseguida através de alta tecnologia, e que num instante, junta as pessoas de todo o mundo, fazendo-as sentir e falar ao mesmo tempo a mesma linguagem universal... a música.



11 de março de 2010

Os Convencidos da Vida

Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear.
Mas também os aturo por escrito. No livro, no jornal. Romancistas, poetas, ensaístas, críticos (de cinema, meu Deus, de cinema!). Será que voltaram os polígrafos? Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios. Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento. Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?

(...) No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível. Nos negócios, na política, no jornalismo, nas letras, nas artes. É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes». Não importa: o caminho é em frente e para cima. A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas. Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface». Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.

Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim"

9 de março de 2010

Novo Blogue

Caros amigos, no seguimento dum honroso convite que me foi feito, e que aceitei com satisfação, vou passar a estar aqui, tentando no entanto manter neste novo projecto colectivo o mesmo registo com que sempre me apresentei neste meu querido cantinho do chegateaqui.
Por razões de carácter mais sentimental que racional vou, por enquanto, manter o chegateaqui, embora esteja fortemente inclinado a alterar o tipo de posts que aqui colocarei, bem como a sua frequência.
Penso que doravante este passará a ser um espaço mais pessoal, mais virado para a cultura, e para o meu "eu".
Agradeço a todos os que me têm feito companhia por aqui, e deixo-vos desde já um duplo convite.
Continuem a vir aqui, e já agora passem a visitar-me acolá

7 de março de 2010

Maus hábitos

Preocupa-me o facto de muito se falar na crise, muito se falar no atraso estrutural e competitivo de Portugal em relação aos demais companheiros Europeus, mas nada, ou quase nada, ser feito para eliminar alguns "tiques", ou melhor dizendo, maus hábitos, que nos conduziram a este estado actual.
Há comportamentos enraizados na nossa sociedade, em particular nas empresas, que contribuem de maneira significativa para esta situação. Hoje, gostaria de enfatizar aqui um deles que, penso eu, é bem demonstrativo da forma errada e enviesada como nós nos gerimos e/ou somos geridos.
Seja em que profissão for, em particular em áreas onde se costume fazer reuniões de acompanhamento dos trabalhos, há um hábito, há muito instalado, de se fazer uma reunião de ponto de situação à sexta-feira. Serve normalmente essa reunião para se aferir do que é que foi feito durante essa semana e, na maior parte das vezes, encontrar culpados para o que eventualmente tenha corrido menos bem nesse período de tempo.
Há décadas que isto é assim e os resultados estão à vista, a esmagadora maioria das nossas empresas não são competitivas.
O que eu gostaria de ver acontecer, neste ponto em particular, era a transferência da "reunião de ponto de situação (da 6ª feira)" para a "reunião de definição de estratégias para a semana de trabalho (de 2ª feira)".
É que em vez de andarmos todos à caça das bruxas na 6ª feira, perdendo umas boas horas de trabalho e criando condições para que muita gente passe o fim de semana com azia, teríamos muito mais a ganhar se começássemos a semana a traçar metas e objectivos bem claros para a semana de trabalho que se avizinha, esclarecendo as pessoas sobre o que se espera delas para esse período de tempo e dando-lhes, inclusivamente, um factor motivacional extra que é o de saberem de forma clara e inequívoca o que têm para fazer e quais os resultados que deverão alcançar.

4 de março de 2010

Poesia de Mário de Andrade


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, o essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

2 de março de 2010

Recordações

Andava eu a vasculhar pelos meandros da Net, quando me deparei com esta relíquia que aqui vos mostro abaixo.


Trata-se duma foto da "famosa" equipa de futebol do União Futebol Clube "Os Pastilhas". Para os mais entendidos em matéria de futebol, saberão com certeza que se tratou do 1º clube onde jogou o nosso conhecido Luís Figo.
E a comprová-lo ai está ele, em baixo, o 2º a contar da direita.

Mas não é esse o motivo que faz desta uma foto famosa, se atentarem bem, também na fila de baixo, o 1º da esquerda, que ostentava garbosamente a braçadeira de capitão (e uma "trunfa" à Maradona) é que era o mais ilustre dos jogadores de grande quilate que ali pontificaram :-))))

Digam lá se aqui este vosso amigo não tinha pinta de jogador ?

Belos tempos ... e pensar eu que o meu amigo de infância, Luís Figo (mais novo que eu quase 3 anos), já se reformou !!!

Ai ai !!! quem me manda ter agarrado aos livros em vez da bola ....