30 de abril de 2010

Morreu há 65 anos.


Faz hoje 65 anos que o Mundo recebeu a notícia da morte, por suicídio, de Adolf Hitler.
É preciso não esquecer que cenários de crise aguda, como esta que o Mundo vive actualmente, são terreno fértil para o surgimento de personagens que fazem do discurso propagandista uma verdadeira autoestrada para o poder.
Nem só de bons exemplos nos devemos socorrer para trilhar bons caminhos, é também mantendo bem presente na nossa memória os maus exemplos, que devemos ir construindo um futuro melhor.

27 de abril de 2010

Redes Sociais, tecnologia humanizante ?

O advento das novas tecnologias informáticas teve sempre associada uma imagem negativa relativamente à desumanização que a mesma provocou nas relações pessoais em geral.
As pessoas deixaram, por exemplo, de se falar ou encontrar, simplesmente “mailam-se” umas às outras, tornando-se assim cada vez mais distantes e reduzindo praticamente à inexistência o contacto directo e humano entre elas. No entanto, o surgimento das redes sociais, com o Facebook à cabeça, veio inverter essa lógica.
A possibilidade de ir em busca de pessoas que já não vemos há muito tempo generalizou-se entre os aderentes às redes sociais, fomentando muitas vezes encontros que têm tanto de surpreendentes como de fascinantes.
Da minha parte só posso agradecer ao “Facebook” que me proporcionou nos últimos tempos reencontrar amigos e ex-colegas que, nalguns casos, não via há mais de 20 anos.
Estamos, seguramente, a viver uma nova “era” no que diz respeito às influências das novas tecnologias sobre as sociedades, e neste caso, no sentido positivo.
Pode ser que a mesma tecnologia que desumanizou o Homem, lhe permita agora um regresso às origens e ao retomar da sua verdadeira condição humana.

25 de abril de 2010

25 de Abril

Era fácil hoje, dia 25 de Abril, chegar aqui ao blogue e fazer um post com vídeos ou fotos alusivas ao 25 de Abril e aos seus Capitães.
Era fácil, e acima de tudo era justo para todos aqueles que contribuíram para que em 1974 tivéssemos de facto um 25 de Abril.
Mas isso já foi feito, e muito bem, por gente muito mais talhada para essas funções que eu, e assim sendo não iria acrescentar mais brilho ao já de si brilhante passado de tão valorosa gente. Estou e estarei eternamente grato aos nossos Capitães de Abril e a todos os que com eles trabalharam e sofreram para que pudéssemos viver em Liberdade e Democracia neste país.
Mas hoje, passados que estão 36 anos do 25 de Abril e tendo em conta o lodaçal político e social em que vivemos, eu não posso deixar de pensar no quanto sofrerão aqueles que lutaram, correndo por ventura o maior risco das suas vidas, para que Portugal fosse um país diferente para melhor, ao verem o estado a que chegámos.
Deixemo-nos de festas, de fogos de artifício e de bandas filarmónicas nas ruas, deixemos de nos enganar a nós próprios, porque não é tempo para isso.
Portugal, ao invés de festejar, deveria de parar para pensar se foi para isto que temos hoje que se fez o 25 de Abril.
Não foi seguramente meus caros concidadãos. A hora não é de festa, a hora é de seriedade, a hora é de repensar o país, repensar as opções políticas e de mudança o quanto antes.
E essa mudança tem uma forma simples de se iniciar. É nas urnas, quando formos pôr o nosso voto, que a mudança tem de começar. As casas constroem-se pelos alicerces, e o alicerce principal da Democracia é o voto.
Em 36 anos de Democracia este país só conheceu duas realidades governativas, PS e PSD, e esses trouxeram-nos ao estado actual.
Foi para isto que se fez o 25 de Abril ?
Mais uma vez digo, não foi.
É tempo de parar, de não mais cometer os erros que cometemos ao longo dos últimos 36 anos. E o mais espantoso é que para isso acontecer basta a nossa vontade, a nossa consciência, o nosso sentido patriótico.
Vivemos num país minado pela corrupção, e esta corrupção tem Pai e tem Mãe. São o PS e o PSD, foram eles quem a geraram e a criaram. E ela cresceu bem, forte e robusta.
Mas há um ponto, um simples ponto, onde a corrupção por mais forte que seja não consegue prevalecer nem ganhar. Esse ponto é o voto. Tire-se do poder esta dupla corrupta e corruptiva do PS e PSD e outro Portugal se abrirá de par em par para todos nós.
E quem sabe, aí tenhamos o país que os homens que fizeram o 25 de Abril sonharam um dia.
Mostremos a nós e aos nossos filhos que o 25 de Abril não foi uma revolução que aconteceu há 36 anos atrás. Mostremos-lhes que Abril é hoje, que Abril pode e deve ser amanhã, e que o sonho de Abril é uma realidade. Assim nós o queiramos.

Viva Portugal
Viva Portugal
Viva Portugal

23 de abril de 2010

O Triunfo dos Imbecis

Não nos deve surpreender que, a maior parte das vezes, os imbecis triunfem mais no mundo do que os grandes talentos. Enquanto estes têm por vezes de lutar contra si próprios e, como se isso não bastasse, contra todos os medíocres que detestam toda e qualquer forma de superioridade, o imbecil, onde quer que vá, encontra-se entre os seus pares, entre companheiros e irmãos e é, por espírito de corpo instintivo, ajudado e protegido. O estúpido só profere pensamentos vulgares de forma comum, pelo que é imediatamente entendido e aprovado por todos, ao passo que o génio tem o vício terrível de se contrapor às opiniões dominantes e querer subverter, juntamente com o pensamento, a vida da maioria dos outros.
Isto explica por que as obras escritas e realizadas pelos imbecis são tão abundante e solicitamente louvadas - os juízes são, quase na totalidade, do mesmo nível e dos mesmos gostos, pelo que aprovam com entusiasmo as ideias e paixões medíocres, expressas por alguém um pouco menos medíocre do que eles.
Este favor quase universal que acolhe os frutos da imbecilidade instruída e temerária aumenta a sua já copiosa felicidade. A obra do grande, ao invés, só pode ser entendida e admirada pelos seus pares, que são, em todas as gerações, muito poucos, e apenas com o tempo esses poucos conseguem impô-la à apreciação idiota e ovina da maioria. A maior vitória dos néscios consiste em obrigar, com certa frequência, os sábios a actuar e falar deles, quer para levar uma vida mais calma, quer para a salvar nos dias da epidemia aguda da loucura universal.

Giovanni Papini, in 'Relatório Sobre os Homens'

20 de abril de 2010

Recibos anti-ecológicos.

Se é verdade que em termos da protecção ambiental todos nós devemos contribuir com pequenos gestos, que significam grandes mudanças, não é menos verdade que muitas das vezes os nossos Governos (e aqui falo no geral e não especificamente em Portugal) poderiam e deveriam fazer muito mais.
Uma das medidas que podia fazer grande diferença está na emissão de recibos de pagamento. Sempre que compramos qualquer bem, e sem que sequer exijamos recibo, ele é emitido e é-nos entregue. As quantidades verdadeiramente astronómicas de papel gasto com esta situação significam, por um lado uma despesa acrescida, por outro, e mais importante, um verdadeiro e gigantesco crime ambiental.
Bastava para tanto alterar a legislação para que a emissão do recibo só fosse obrigatória quando o cliente assim o exigisse. Seriam milhões de árvores que estaríamos a preservar e com isso a contribuir para a sustentabilidade do nosso planeta.

17 de abril de 2010

Sofás para a crise.

Parece-me, de facto, um investimento deveras adequado ao nosso país. Se levarmos em conta os PEC e contra-PEC que por aí hão-de vir, bem como as constantes promessas do nosso Ministro das Finanças de que a recuperação está já aí ao virar da esquina, e o raio da esquina ... nem vê-la !
Então, o melhor mesmo é esperarmos sentados. E de preferência no conforto dum belo sofá Made in Portugal.
Como vêem, parece-me que de facto se trata dum investimento coerente e com futuro.
Ó meu caro amigo, ao tempo que eu anseio que vossa excelência embarque nessa aventura. Parta homem, parta para bem longe daqui, que o Povo agradece-lhe.

E por falar em agradecimentos, quero deixar aqui o meu agradecimento ao empresário Carlos Aquino, o criador desta nova fábrica, que actualmente já emprega 650 trabalhadores e que passará a empregar no imediato mais 200, com a promessa de que outros 200 postos de trabalho serão criados até ao final do ano.

15 de abril de 2010

Uma questão de fé, ou de (falta de) inteligência ?

O produto da fé com a falta de inteligência e/ou conhecimento produz intolerância.
Contrariamente ao que é comum afirmar-se, eu acredito piamente que a necessidade da fé de que o Homem padece, não surgiu por acção das religiões. Antes pelo contrário, foi precisamente pela necessidade de fé que o Homem “inventou” as religiões.
Desde os tempos mais remotos que, sempre que o Homem se encontrou perante dificuldades superiores, recorreu à fé para as poder resolver. Quando o Homem é, pelas mais diversas razões, inculto ou mesmo pouco inteligente, e alia a isso uma fé inabalável na sua religião, então, é fácil e muito provável que surja a intolerância. Suportado pela sua fé, e perante a sua desinteligência ou desconhecimento sobre algo, esse Homem torna-se intransigente. E quanto mais forte é a sua fé, maior se torna a sua intolerância.

Serve isto para explicar duas questões que são, infelizmente, bastante actuais. A primeira, o radicalismo Islâmico que fez abanar o Mundo pela base com os seus ignóbeis ataques terroristas. A segunda, para a postura de intolerância com que muitos dos fiéis Católicos repudiam e tentam fechar os olhos (os deles e os dos outros) às evidências dos crimes de pedofilia na Santa Madre Igreja.

Perante tudo isto, é com muita satisfação, e porque não dizê-lo, inteligência, que eu grito a plenos pulmões :

- Graças a Deus que sou Ateu !

11 de abril de 2010

Fusão perfeita.

E quem diz que a música clássica não pode ser divertida ?
Na parte final, o "show" do Maestro é um espectáculo à parte !



Fantástico, não acham ?

7 de abril de 2010

Teatro da Terra - Ponte de Sôr

aqui havia mencionado a aposta na cultura feita pela Câmara Municipal de Ponte de Sôr. O projecto tem, felizmente, corrido bem e paralelamente foi criada a Companhia de Teatro da Terra.
É de louvar a iniciativa da Câmara, mas também é de louvar a coragem e a capacidade de trabalho e de criação que a artista Maria João Luís teve ao embarcar em tão audaz aventura.
Apostar na cultura é algo que tem faltado no nosso país, e um projecto desta natureza, numa zona do interior, merece todo o nosso respeito e apoio. E o melhor apoio que se pode dar nestas questões é tão simplesmente ir, ver, e aplaudir.
Aqui fica a ideia para um fim-de-semana diferente. Vá, conheça as belezas da zona de Ponte de Sôr, onde se destaca a encantadora Barragem de Montargil, e para programa nocturno, vá ao Teatro.
Estreia hoje, e estará em cena até ao próximo dia 18 deste mês a peça "A Maluquinha de Arroios".

2 de abril de 2010

Tradição (perdida) da Páscoa.

Se há tradição que vi perder-se no tempo e que hoje em dia recordo com imensa saudade, é precisamente uma tradição regional da Páscoa que era bastante comum, pelo menos na “minha” zona da Costa Vicentina Alentejana.
Tratava-se dos “contratos” que mais não eram que uma aposta ou acordo celebrado entre duas pessoas (normalmente a miudagem) onde era apostado, por norma, um pacote de amêndoas.
O “contrato” era normalmente celebrado durante esta semana que antecede a Páscoa, entre familiares e amigos, e obedecia a um ritual deveras engraçado. As pessoas que estabeleciam o contrato entre si tinham de enganchar os seus dedos mindinhos da mão direita e proferirem em uníssono a seguinte frase :

- Contrato, contrato, contrato farei Sábado Aleluia desmancharei.

No Sábado Aleluia, quando essas duas pessoas se vissem pela primeira vez, a que mais rapidamente gritasse para a outra “Ofereça”, era a que ganhava o “contrato”, sendo a perdedora obrigada a oferecer-lhe o pacote de amêndoas acordado.
Em famílias grandes, com imensos filhos, primos, tios, em que praticamente todos tinham celebrado contratos entre si, a manhã de Sábado Aleluia era uma verdadeira festa. Havia miúdos e graúdos escondidos nos mais recônditos cantos das casas e sótãos, nos quintais, nas quintarolas, em cima de árvores, atrás de muros, atrás dos poços (comuns naquelas pequenas quintinhas), enfim, por todo lado, e o grito “Ofereça” ia sendo ouvido aqui e ali em praticamente todas as casas, todas as ruas, em todos os lados.

E no Domingo de Páscoa, era ver os campeões, carregados de sacos de amêndoas que comiam com redobrado prazer e com um olhar de vitória sobre os perdedores.

Outros tempos !