26 de outubro de 2011

Ventanias.



Outono que vem tardio
Carregado de chuva e ventania
Vem o frio depois do estio
Que se prolongou em demasia

Está o tempo em consonância
Com a triste realidade
De quem sonhava com abundância
E vive agora na dificuldade

Falsos Verões prometidos
Em campanhas descomunais
Levaram os mais distraídos
A votar nos vendavais

Este Outono que se avizinha
Não tem data marcada
Para o fim que dantes tinha
Já perto da Consoada

Ventos e chuva sem igual
Vamos ter de suportar
Teremos um triste Natal
Que ninguém deve olvidar

Ainda falta um longo Inverno
Até que cheguem novas campanhas
Até lá é o inferno
E voltam depois com as artimanhas

Novos Verões prometerão
Sol e banhos em abundância
Mas só os tolos cairão
Movidos pela ganância

Portugal merece Abril
Tempo de Primavera
Que mesmo com águas mil
É melhor que vã quimera

Povo de grandes feitos
Não podemos permitir
Ver nossos sonhos desfeitos
Por quem só sabe destruir

Ergamo-nos a uma só voz
Como um verdadeiro Povo Unido
Juntos nunca estaremos sós
Este Povo Jamais Será Vencido

23 de outubro de 2011

Zé Vasconcellos ... imortal !

No passado dia 11 deste mês de Outubro faleceu em São Paulo, com 85 anos de idade, o humorista José Vasconcellos.
José Vasconcellos foi considerado por muitos dos seus colegas de profissão como o "pai" do género "Stand Up Comedy".
Era um prazer ver a vivacidade que imprimia em palco, sempre com uma postura de "gaiato", como ele próprio se definia.
Em sua memória, aqui deixo este "quadro" da internacionalização dos nossos Lusíadas.
  

20 de outubro de 2011

Será assim tão complicado entender ?

Não sou economista, nem tenho formação alguma nessa área, mas sei fazer contas de somar, de subtrair, de multiplicar e dividir, e isso basta-me para o que aqui vou sugerir, e que vem no seguimento do meu post anterior.

Um trabalhador que esteja no activo e no sector privado, é uma fonte de receitas para o Estado, quer por força dos descontos da empresa que o emprega, bem como pelos descontos do próprio trabalhador. Estamos aqui perante uma operação de soma para os depauperados cofres do Estado.

Ao invés, um desempregado que esteja a receber subsídio de desemprego, não só não contribui (ou contribui muito pouco) com impostos que revertam a favor do Estado, como ainda significa para esse mesmo Estado uma despesa mensal. Estamos aqui perante uma operação de subtracção para os depauperados cofres do Estado.

Seguindo o conselho do nosso (pelo menos de alguns, será) Presidente da Republica, devíamos tentar revitalizar os nossos sectores primários, nomeadamente o da Agricultura (deve o Sr. Presidente estar esquecido dos acordos Europeus que assinou noutros tempos e que arruinaram esta mesma Agricultura, que ele agora tanto preza. Mas isso são contas doutro rosário).
Portugal deverá apostar nos chamados “nichos de mercado”, e nesse capítulo Portugal tem um potencial descomunal (a que já aqui fiz referência) em termos agrícolas para o fazer e que até agora tem siso completamente desprezado.

Crie o Governo condições em termos de redução significativa de impostos para as empresas que já existam, ou que venham a ser criadas, que se proponham a explorar devidamente este tremendo potencial nacional e que contratem pessoas que estejam actualmente no desemprego.
Dessa forma, estará o Estado a converter milhares de desempregados em empregados, e com isso a matar dois coelhos duma só cajadada. Reduz significativamente as despesas relativas a subsídios de desemprego e passa, automaticamente a aumentar, também de forma significativa, as suas receitas. E aqui, estamos então, perante operações de soma e subtracção que, conjuntas, servem os intentos do Estado, ou melhor, do País.

Criar condições que concorram, na maioria dos casos, para aumentar o desemprego, como é o caso da tal meia hora a mais no horário de trabalho, também significa ter as mesmas operações de soma e subtracção em conjunto, mas contribuindo ambas para um agravamento da actual situação.

Se multiplicarmos o bom exemplo que acima apresento, noutros sectores, e ideias não faltam por aí acreditem, então, estaremos mais próximos de começarmos de forma gradual e sustentada a sair da crise.
Caso contrário, continuaremos neste dividir para reinar que nos trouxe até este lastimável estado.

17 de outubro de 2011

Meia hora de estupidez.

O grande problema de se entregarem pastas altamente sensíveis como a das Finanças e da Economia a teóricos de escritório ou de sala de aula, que nunca contactaram directamente com a realidade empresarial, com as dificuldades que surgem no terreno, no dia-a-dia da gestão das empresas, da gestão dos países, é precisamente o perigo de passarmos a viver sob medidas irreais que, ao invés de ajudarem, podem, isso sim, conduzir a um fracasso brutal.
E o problema é que quando esta gente fracassa nos cálculos nas suas aulas, nos seus testes, o pior que acontece é terem uma sala de aulas que os olha com algum gozo e sorriso sarcástico, ou, quando são eles a falharem nalgum teste, a terem uma classificação negativa.
Mas quando entregam a esta gente, eminentemente teórica, a responsabilidade dum Ministério das Finanças ou da Economia, os seus erros deixam de gerar sorrisos, antes provocam choro a muita gente.
Choro de fome, choro de miséria, de desespero, de vida frustrada.

Vem tudo isto no seguimento da medida de colocar os trabalhadores do sector privado a trabalharem mais meia hora por dia.
Nos cálculos, no papel, na teoria, este é uma medida que até é capaz de fazer algum sentido, mas o problema dos nossos “Gaspares” e dos nossos “Álvaros” é que eles nunca estiveram no terreno, e nem agora se dão ao trabalho de tentarem sair dos seus gabinetes para tomarem o pulso à realidade empresarial do país.

Vou dar aqui dois exemplos que representem um universo muito abrangente da realidade das nossas pequenas e médias empresas que, por sua vez, representam uma fatia muito importante da nossa economia.
Durante a semana passada conversei com dois amigos meus que são empresários, um tem uma empresa de instalação de gás canalizado, onde emprega cerca de uma dezena de pessoas. O outro, tem uma serralharia já de alguma dimensão, onde emprega cerca de 3 dezenas de pessoas.
Ambos me confessaram que receberam a notícia do acréscimo de meia hora diária de trabalho com um misto de surpresa, indignação e incredulidade.
Tanto um como outro, lutam com baixas de facturação na ordem dos 50%, e ambos têm feito um esforço quase desumano no sentido de evitarem os despedimentos que, segundo eles, acontecerão necessariamente no início do próximo ano se nada acontecer que venha inverter a situação.
Segundo eles, andam a “esticar” o trabalho, fazendo-o render para tentar manter as pessoas ocupadas o maior número de horas possíveis durante o dia. Tarefas que há um ano atrás se realizavam em meio-dia, são hoje prolongadas para ver se mantém as pessoas ocupadas o dia inteiro.
Perante isto, está bom de ver que a tal medida da meia hora só pode ser encarada, de facto, com o maior dos desprezos, o maior dos repúdios.
O da serralharia dizia-me mesmo que, manter as luzes acesas e as máquinas ligadas mais meia hora, significaria um custo tão elevado que teria de começar a mandar pessoas para o desemprego, já !

Aqui estão dois bons exemplos, que representam muito bem a generalidade do que se passa no sector das pequenas e médias empresas, e que os nossos Ministros das Finanças e da Economia parecem empenhados em destruir de forma irreversível.

14 de outubro de 2011

Amanhã ?

Chamo-me Eduardo Miguel Pereira, tenho 41 anos, sou Português e sinto-me mal.
Não sei quando volto ... se volto !

13 de outubro de 2011

(In)fusão.

Longe vão os tempos em que a mercearia do Sr. Zé, lá no bairro, virava dependência bancária do dia para a noite.
As dependências bancárias cresciam como cogumelos, era o tempo (aparente) das vacas gordas.
O tempo passou, e hoje chega-se à conclusão que afinal vivíamos tempos de vacas loucas, isso sim.
Hoje, conforme noticia o Jornal I, BCP, BES e BPI estudam uma fusão das três entidades bancárias com vista à constituição dum grupo bancário forte que faça frente ao actual cenário de crise. Crise essa que eles próprios, os bancos, ajudaram a criar, diga-se.
Sob o ponto de vista económico-financeiro a solução pode até fazer sentido, o reverso da medalha nesta fusão, caso a mesma se venha a concretizar, é que estaremos perante uma verdadeira catástrofe nacional ao nível do desemprego.
Uma fusão dos 3 maiores bancos privados nacionais redundará, inevitavelmente, na tentativa de mandar para o desemprego largos milhares (não hajam dúvidas que se trata de milhares e não de meras centenas) de trabalhadores bancários.
E, ou muito me engano, ou a figura de extinção do posto de trabalho será aqui usada como “tábua rasa” para mandar para a rua milhares de bancários sem direito a indemnização. Isto claro está, entre outras formas que agora se andam a preparar para despedir com justa causa e sem encargos para o patronato.
Avizinham-se tempo de grande luta social e sindical, à qual, necessariamente, todos os trabalhadores deverão aderir, sob pena de, não o fazendo, passarem duma situação já de si precária, para a indigência imediata.

Mais que uma Fusão, avizinha-se isso sim uma Infusão, onde os trabalhadores bancários serão queimados em lume muito pouco brando.

11 de outubro de 2011

Estupidez veio para ficar !

O actual Presidente do grupo Toyota Caetano Portugal, afirmou ontem que a culpa dos baixos níveis de produção nacional é dos Sindicatos.

É a sua opinião, com a qual eu não concordo minimamente, mas com a qual sou capaz de traçar o seguinte paralelismo :

- O problema da Prostituição nunca esteve nas Prostitutas, mas sim nos filhos delas, em especial naqueles que chegam a Presidentes da Toyota Caetano Portugal.

Longe vão os tempos em que o lema da Toyota em Portugal era "A Toyota veio para ficar", agora parece que o lema está mais próximo do título deste post.

10 de outubro de 2011

Novo Paraíso.

A partir de hoje, não me venham com a cantiga de que a Madeira é um Paraíso Fiscal, porque o que a Madeira é mesmo, é um :


Paraíso Fascista



9 de outubro de 2011

Pensamentos.

"Crítica construtiva".

Ora aí está uma expressão com a qual discordo em absoluto.
Não há critica construtiva, nem crítica desconstrutiva, há crítica, ponto final !
Se a crítica for efectuada de forma correcta, com educação e como forma de alertar o criticado para uma situação menos correcta em que este tenha incorrido, então, se o criticado fizer uso da sua inteligência e do seu bom senso ela pode, efectivamente, tornar-se valiosa para o criticado. Estaremos, neste caso, perante uma situação em que a crítica se pode ter tornado, efectivamente, em algo construtivo para o criticado. Mas apenas e só se o criticado assim o entender, e nunca por vontade expressa do criticador.

Pelo contrário, quando uma crítica é feita de forma incorrecta, sem a devida educação, eivada de mentira e/ou maldade, pretendendo no fundo inferiorizar o criticado, nessas circunstâncias, ela jamais poderá ser considerada como construtiva.

Surge este meu pensamento na sequência de uma cada vez maior utilização da referida expressão por parte daqueles que, sendo adeptos incondicionais do segundo tipo de crítica que aqui descrevo, não se cansam de utilizar a referida expressão como justificativa para o seu mau comportamento enquanto criticadores.

7 de outubro de 2011

Portugal 5 - Rolando 3.

A selecção Portuguesa obteve hoje uma vitória suada frente a uma selecção Islândesa que baseou o seu jogo no poderio físico e na capacidade de "inventar" golos do seu melhor avançado, Rolando !

Ó Paulo Bento ! vai-te encher de pulgas pá !
Rolando ?????
Estás a brincar com isto pá ?
Já não basta o Governo, agora vens tu também gozar como o "povão", é ?

Volta Ricardo Carvalho, estás perdoado.

5 de outubro de 2011

UNAVANTALUNA - PUDDICINU.

Conheci os Unavantaluna, há 4 anos atrás, em Ponte de Sôr, durante o festival anual "Sete Sois, Sete Luas" onde, numa magnífica e abafada noite de Verão, sob um estupendo luar e envolvidos pelo maravilhoso enquadramento proporcionado pelo anfiteatro ao ar livre da zona ribeiranha de Ponte de Sôr, me proporcionaram uma das mais agradáveis surpresas musicais dos últimos anos.
Trata-se dum grupo de musica tradicional Siciliana, com uma sonoridade muito própria, carregada de influências Mediterrânicas e do Norte de África.
Mas, melhor que as minhas palavras, é ouvi-los ...

3 de outubro de 2011

O isco está lançado.

As manifestações do passado dia 1 de Outubro causaram estragos consideráveis na, já de si debilitada, estrutura governativa de Passos Coelho e seus pares.
A prova de que o impacto foi grande surgiu ontem, via "media" em geral e Televisão em particular.
Se na Sexta-Feira e Sábado as notícias sobre as manifestações foram pouco mais que nenhumas, a verdade é que ontem, e depois dos números consideráveis de manifestantes e das decisões ali tomadas para o futuro da luta, as televisões bombardearam-nos com uma "parelha" de notícias que visam dois objectivos muito claros e concretos.
Foram vários, para não dizer todos, os telejornais que, com um dia de atraso, colocaram no ar imagens das manifestações e da sua força para, imediatamente a seguir, lançarem a notícia que as forças de segurança estão muito temerosas que os tumultos sociais em próximos actos de luta tomem conta das nossas ruas.
O objectivo primeiro está bem claro, é alertar, chamar a atenção, acicatar, provocar, ressabiar, aqueles que por ventura já estejam mais desorientados pela fome, pela precaridade, pelo sofrimento da crise, para ver se mordem o isco e se, de facto, tomam atitudes de insurreição que depois justifiquem os tais temores que agora, segundo eles, atemorizam as nossas forças de segurança.
O segundo objectivo, claro, na eventualidade do primeiro ser atingido com sucesso, é lançar de imediato as culpas sobre a CGTP e sobre as forças de esquerda deste país que são, no dizer deles, uns terroristas, desejosos de criar instabilidade na sociedade e nada preocupados com o bem estar do Povo Português.

Portanto, caros Portugueses, caso venham a participar nas acções de luta que se avizinham, façam-no conscientes de que estamos a lutar pelo país e não contra o país, que estamos a lutar pelos nossos direitos e não contra os nossos direitos.
Deixem o isco para quem o lançou e mostremos ordeiramente que os únicos actos terroristas neste país são aqueles que, diariamente, são levados a cabo pelo governo PSD-CDS.