Passados que estão 5 dias das grandes manifestações do passado dia 24, quero aqui voltar ao tema, desta vez motivado pela actuação de alguns elementos das forças de segurança.
Forças de Segurança, tal como o nome indica, são as organizações que têm como missão proteger e garantir a lei, a ordem e a segurança pública, num Estado.
Ora, perante isto, a questão que coloco é a seguinte :
- Agentes não uniformizados, vulgo à paisana, e sem qualquer distintivo que os identifique enquanto elementos das forças de segurança, que se misturam com os manifestantes ao longo do trajecto que estes cumpriam na manifestação, e que depois são eles mesmos, os tais agentes à paisana, que provocam escaramuças de forma a gerar a desordem, para passarem a intervir com o uso da força e das armas (um cassetete é uma arma) carregando violenta e indiscriminadamente sobre as pessoas que se manifestavam de forma ordeira, estão a agir de forma adequada enquanto elementos duma força de segurança ?
Parece-me que a resposta a esta questão é demasiado óbvia.
O que já não se me afigura tão óbvio, é tentar entender o que motiva um agente duma força de segurança, que é um funcionário público, que viu os seus vencimentos e as suas regalias serem tão drasticamente cortados pelas políticas deste governo, aceitar o papel de cão-de-fila que esse mesmo Governo lhe reservou, e obedecer-lhe de forma tão cega.
Entenderá esse elemento duma força de segurança que a obediência canina que presta a esse dono, molestando violentamente os seus iguais, lhe devolverá aquilo que o mesmíssimo dono lhe acabou de retirar, em termos de salários e de regalias ?
Confesso que de há muito tempo a esta parte o meu respeito pelas forças de segurança deste país tem decrescido a olhos vistos, mas até aqui ainda fazia um esforço para tentar entender e encontrar algumas atenuantes para a incorrecta forma de agir destas mesmas forças.
Neste momento, encontro apenas três explicações para esta forma de ser e de estar dos elementos das nossas forças de segurança, e que são as seguintes :
1 - As nossas forças de segurança são, na sua maioria, servidas por um conjunto de indivíduos de fraco nível intelectual.
2 – As nossas forças de segurança são, na sua maioria, servidas por um conjunto de indivíduos incompetentes e de fraquíssimo carácter, que encontraram ali, naquele “empregozinho do estado”, a única forma de poderem ganhar um salário que lhes permita a sobrevivência.
3 – Como atenuante aos dois pontos anteriores, cumpre-me reconhecer que, também na sua maioria, estes agentes das forças de segurança incorrem muitas vezes em actos menos correctos e inadequados às suas funções por se encontrarem em avançado estado de embriaguez. E aqui, a culpa acaba por não poder ser totalmente atribuída a eles, mas sim a quem legisla e permite que, em (praticamente) todas as instalações destas mesmas forças de segurança existam bares onde são vendidas, sem qualquer tipo de restrição, bebidas alcoólicas a agentes que se encontram de serviço. Algo totalmente inaceitável, em especial porque se tratam das unidades de trabalho daqueles a quem confiamos a nossa segurança.
Nada como desinvestir na Educação e embriagar as forças de segurança para fazer perpetuar no tempo e com toda a pujança o regime vigente.