O Zé acordou, como sempre, sobressaltado com o barulho irritante do besouro do despertador.
Seguiram-se os rituais de sempre, banho, barba e a correria do costume entre as peças de roupa que vestia e o pequeno-almoço tomado aos solavancos, entre uma meia e um botão de punho.
Os miúdos que teimam em se atrasar e ele que ainda tem de levar o mais pequeno ao infantário, já que a Maria leva a mais velhinha ao colégio, que lhes custa uma fortuna e já não lhes permite pagar o extra do transporte.
Finalmente, e após as primeiras discussões matinais que envolveram todos os elementos do agregado familiar, saem para a rua. A Maria arranca esbaforida no seu pequeno utilitário, que já anda com a inspecção atrasada há dois meses, e acaba a maquilhagem durante o percurso até ao colégio, onde deixa a mais velhinha, apressada e sem sequer confirmar se a menina entrou efectivamente no colégio. O Zé arrancou com um sonoro chiar de pneus no monovolume da família, em direcção ao infantário. O trânsito naquelas ruas é sempre infernal, o Zé pragueja alto e bom som, usando da sua inesgotável capacidade de vociferar os maiores palavrões que se conhecem na língua Portuguesa, e até em Inglês, que isto do palavrão também se internacionalizou. Aparentemente absorto do comportamento destemperado do seu pai, o mais pequeno segue entretido com a sua PSP no banco de trás, na cadeirinha do bebé que o Zé se esqueceu de apertar convenientemente.
Chegado ao infantário o Zé entrega em correria o filho e segue para o seu emprego.
Aguardemos 8 a 9 horas ...
18:30, a Maria chega ao colégio onde apanha em correria, em nada inferior à da manhã, a mais velhinha, que é arrancada com evidente alegria da sala de estudo, onde via pela 52ª vez o filme “À procura de Nemo”.
Uma hora depois é a vez do Zé receber nos braços o mais novinho, que chora compulsivamente por já ser o último que aguardava pela chegada de alguém que o tirasse dali para fora.
Por volta das 20:00 a família está finalmente reunida á mesa, onde jantam uma lasanha que o micro-ondas acabou de confeccionar. O Zé, em desatino total conta á mulher como o safardanas do chefe o anda a entalar com o sacana do relatório. A Maria ouve, em silêncio, aquela ladainha que já se tornou parte da refeição e limita-se a abanar a cabeça de forma afirmativa, mas a sua cabeça já só pensa na roupa dos miúdos que ainda tem que passar a ferro antes de se ir deitar. Tudo isto, claro está, passa-se à mesa e em frente dos miúdos, que eles precisam de saber o que custa vida, segundo o Zé.
Um dia, passados alguns anos, estes miúdos, os filhos de Portugal, são chamados a votar, e …
Seguiram-se os rituais de sempre, banho, barba e a correria do costume entre as peças de roupa que vestia e o pequeno-almoço tomado aos solavancos, entre uma meia e um botão de punho.
Os miúdos que teimam em se atrasar e ele que ainda tem de levar o mais pequeno ao infantário, já que a Maria leva a mais velhinha ao colégio, que lhes custa uma fortuna e já não lhes permite pagar o extra do transporte.
Finalmente, e após as primeiras discussões matinais que envolveram todos os elementos do agregado familiar, saem para a rua. A Maria arranca esbaforida no seu pequeno utilitário, que já anda com a inspecção atrasada há dois meses, e acaba a maquilhagem durante o percurso até ao colégio, onde deixa a mais velhinha, apressada e sem sequer confirmar se a menina entrou efectivamente no colégio. O Zé arrancou com um sonoro chiar de pneus no monovolume da família, em direcção ao infantário. O trânsito naquelas ruas é sempre infernal, o Zé pragueja alto e bom som, usando da sua inesgotável capacidade de vociferar os maiores palavrões que se conhecem na língua Portuguesa, e até em Inglês, que isto do palavrão também se internacionalizou. Aparentemente absorto do comportamento destemperado do seu pai, o mais pequeno segue entretido com a sua PSP no banco de trás, na cadeirinha do bebé que o Zé se esqueceu de apertar convenientemente.
Chegado ao infantário o Zé entrega em correria o filho e segue para o seu emprego.
Aguardemos 8 a 9 horas ...
18:30, a Maria chega ao colégio onde apanha em correria, em nada inferior à da manhã, a mais velhinha, que é arrancada com evidente alegria da sala de estudo, onde via pela 52ª vez o filme “À procura de Nemo”.
Uma hora depois é a vez do Zé receber nos braços o mais novinho, que chora compulsivamente por já ser o último que aguardava pela chegada de alguém que o tirasse dali para fora.
Por volta das 20:00 a família está finalmente reunida á mesa, onde jantam uma lasanha que o micro-ondas acabou de confeccionar. O Zé, em desatino total conta á mulher como o safardanas do chefe o anda a entalar com o sacana do relatório. A Maria ouve, em silêncio, aquela ladainha que já se tornou parte da refeição e limita-se a abanar a cabeça de forma afirmativa, mas a sua cabeça já só pensa na roupa dos miúdos que ainda tem que passar a ferro antes de se ir deitar. Tudo isto, claro está, passa-se à mesa e em frente dos miúdos, que eles precisam de saber o que custa vida, segundo o Zé.
Um dia, passados alguns anos, estes miúdos, os filhos de Portugal, são chamados a votar, e …
Deu nisto, infelizmente...
ResponderEliminarDe 4 em 4 anos a coisa lá foi piorando.
Afinal quase metade do Zé, ficou refastelado no sofá, á espera que os outros decidam o seu futuro por si. De resto parece, que já se tornou prática habitual na Europa. Desvalorizaram a Democracia e estamos a uma unha negra de a perder, pelo menos o voto já é na sua maioria alienado, vota-se tendencialmente com a barriga e não com o cérebro... isto, enquanto ainda há para comer...
Pelo que aqui se vê, não há-de ser por muito tempo...
http://www.anovaordemmundial.com/
«onde via pela 52ª vez o filme “À procura de Nemo”.»
ResponderEliminarPelos vistos continuam sem conseguir encontrá-lo; e a culpa só pode ser nossa.
Fada, já há uns tempos que tinha visto algo muito parecido com o que vem nesse site. Não creio que a coisa chegue tão longe, e aliás, a Net é um terreno fértil para especulações. Não vou dizer que não seja possível, mas reservo-me o direito de desconfiar que a coisa possa ser "inventada". Temos de ir apertando o "filtro" de tudo quanto aparece para também não deixarmos mentes menos sérias poluirem este espaço de informação.
ResponderEliminarPaulo,
ResponderEliminaré verdade o Nemo é um peixinho muito irrequieto, da próxima vez que o apanhar escamo-o para ele aprender a ficar sossegado.
Eduardo!!! Não faça isso ao Nemo! :))
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