Deixando as ofensas de parte, nada descabidas tendo em conta os visados, foquemo-nos naquilo que me parece verdadeiramente relevante.
Partamos do princípio que a compra de novas viaturas era efectivamente necessária. Partamos do princípio que os nosso governantes necessitam efectivamente de se fazer deslocar em viaturas "topo de gama". Partamos até do princípio que alguns deles, pelos vistos, precisam de mais que uma destas viaturas "topo de gama" para os seus afazeres.
Tendo tudo isto em conta, é uma pena que os nossos governantes não tenham dado pelo menos uma pequenina demonstração de inteligência política e de capacidade e visão estratégica. Podiam e deviam tê-lo feito, comprando de facto viaturas "topo de gama" mas de marca Volkswagen, o que seguramente teria caído bem junto daqueles que representam mais de 3% do PIB Nacional. Refiro-me, obviamente, à Autoeuropa, que já esteve inclusivé perto de fechar portas o que significaria uma verdadeira calamidade nacional.
Será pedir muito, exigir que esta gente fosse pelo menos capaz de pensar nestas questões, antes de tomarem as disparatadas medidas que tomam ?
(vou fazer figura de parvo e acreditar que não receberam luvas do importador da BMW para Portugal).
Um governo em condições teria ido ainda mais longe e já teria assinado um protocolo com a Autoeuropa para que a maioria, ou até mesmo a totalidade, da frota nacional de viaturas estatais fosse comprada ao grupo Volkswagen.
Dessa forma estariam a contribuir de forma clara e inequívoca para a captação/manutenção de investimentos externos em território nacional, e a contribuir directamente para a diminuição do desemprego.
Eu não sei se é possível (UE???), mas que é desejável penso que ninguém tem dúvidas, Eduardo.
ResponderEliminarE neste caso, dar a mão a quem nos dá a mão (em processos transparentes) revela apenas sensatez.
Tenho também a ideia de que muitos dos outros UE's encontram sempre maneira de privilegiar os interesses próprios.
Por outro lado, temos de ter muito cuidado porque há por cá outros grupos a produzir veículos, em menor escala é certo: a Mitsubishi Fuso (pertence à Daimler), a Toyota (Salvador Caetano), Isuzu, Citroen (PSA); e ainda fornecedores da indústria automóvel que pertencem a outros grupos: Delphi (GM), Renault Cacia,etc.
E será que as câmaras que têm estas fábricas no seu território seguem a tua proposta?
Já me perdi, mas também não vou rever o texto! isto de caixas de comentários é uma complicação:)))
Bom Paulo, uma coisa é certa, se não fosse possível estabelecer protocolo, poderia sempre fazer-se a coisa sem "papel assinado", então eles agora não compraram todos os carros de marca BMW ???
ResponderEliminarEra fazer o mesmo, com aqueles que pelo menos investem cá e nos ajudam.
E as Câmaras deviam, de facto, seguir uma proposta destas, "penso eu de que".
Interpretado e levado à letra o Código de Contratação Pública, não era possível adjudicar a aquisição dos carros à VW por ajuste directo; mesmo condicionar a apresentação de propostas em concurso público a empresas com fábricas em Portugal levava, quase de certeza, a que a União Europeia nos caísse em cima.
ResponderEliminarTalvez pela via do chamado "fato à medida" das normas do caderno de encargos, ou pela central de compras do Estado.
Nada como um Jurista para nos ilucidar. Por vezes não basta querer fazer as coisas, há que poder, certo ?
ResponderEliminarMas eu continuo a bater na mesma tecla, estas viaturas que foram compradas em 2009 foram todas da marca BMW, e aparentemente sem concurso público, ou pelo menos na reportagem não se depreesnda que tenha havido concurso público, portanto, tanto poderiam ter comprado BMW, como VW, como Mitsubishi, ou o que fosse, certo ?
E se assim é, então sería, digo eu, mais proveitoso comprarmos viaturas a marcas que mantém fábricas em Portugal.
È pá...está bem visto, não tinha pensado nisso...
ResponderEliminarObrigado Silvana, seja muito bem vinda.
ResponderEliminarDaqui a pouco retribuirei a visita.