A cortiça, esse nobre material do qual Portugal é o maior produtor/exportador mundial, está agora a ser usada para a construção de pequenos aviões em Portugal.
Em Ponte de Sôr, no interior norte Alentejano, a pequena fábrica da Dyn'aero, em parceria com a Corticeira Amorim, tem em mãos um projecto arrojado e inovador na aeronáutica nacional.
Em Ponte de Sôr, no interior norte Alentejano, a pequena fábrica da Dyn'aero, em parceria com a Corticeira Amorim, tem em mãos um projecto arrojado e inovador na aeronáutica nacional.
O projecto, de 1,27 milhões de Euros, pretende que, uma parte substancial dos materiais derivados do petróleo que são usados na construção de ultraleves da Dyn'aero, sejam substituidos por componentes de cortiça.
Estes componentes encontram-se quer na estrutura do avião (asas e revestimento exterior), quer nos equipamentos de segurança, como por exemplo num caixa colocada sob o assento do piloto que amortece a aterragem, como ainda nos painéis de instrumentos.
Para além das enormes vantagens ecológicas, existem ainda, segundo a Dyn'aero, vantagens significativas em termos de custos, o que se reflectirá no preço final dos aviões.
Este projecto, teve apoio Estatal no âmbito do QREN, e do consórcio fazem ainda parte o Pólo de Inovação em Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho (PIEP) e a ActiveSpace Tecnologies.
Este é um motivo de orgulho para Portugal uma vez que, a utilização de cortiça na produção de aviões é um projecto pioneiro em termos mundiais.
Esta fábrica em Ponte de Sôr, emprega já 60 pessoas, o que também é de realçar, em tempo de crise como aquele que vivemos hoje em dia.
A comercialização destes aviões está prevista para 2011, e os preços podem ir dos 50.000€ aos 150.000€, dependendo do modelo.
[raio de computador ou de blogger que me comeu o comentário anterior!]
ResponderEliminarÉ um projecto deveras interessante e que penso devia ser não só incentivado (como foi) mas mais divulgado.
Ainda recentemente, a propósito dos problemas na DELPHI, as televisões mencionaram a empresa em Ponte de Sôr mas, ao que julgo saber, nenhuma aproveitou a ocasião para fazer uma peça sobre este projecto.
Sou dos que pensam que também precisamos dum certo "Portugal Positivo" na Comunicação Social para tentar galvanizar a sociedade para coisas boas e interessantes.
Já agora, se na aviação metemos uma lança em África, espero que consigamos resistir firmes na guerra das rolhas
A guerra das rolhas não está fácil, mas como quase tudo aquilo que produzimos (bem) neste país, o nosso cliente alvo, não é, ou não deve ser, o cliente de massas mas sim o de elite, o de qualidade.
ResponderEliminarOs produtores de vinho de alta qualidade, esses continuam a não trocar a nossa rolha pelos compostos de hoje em dia. Já os produtores de vinho corrente, estão mais virados para as rolhas de compostos plásticos, ou até mesmo para as tampas de rosca.
Pois eu cá, só compro os que tenham rolha, comigo não se safam !
Há talvez 10 anos, cheguei a visitar uma fábrica de ultra-leves em Ponte de Sôr que penso (?) já ter fechado portas; mas depois abriram outra(s) (talvez essa?) e havia a ideia de criar um cluster aeronáutico, chegando a autarquia a fazer (ou seria alargar?) o aeródromo. (tanta certeza, meu Deus!)
ResponderEliminarProvavelmente, um destes dias temos o cluster cimentado no eixo Ponte de Sôr -Évora fruto de todas estas actividades que por lá se desenvolvem;com mais ou menos sucesso.
O «Portugal Positivo» seria efectivamente uma contribuição positiva para a auto-estima nacional.
Óptimo artigo Eduardo. Para mim é novidade, e um dia destes, se não se importa, divulgo lá no
ResponderEliminarSustentabilidade É Acção.
Fico feliz com notícias destas.
Quanto às rolhas, infelizmente tenho "apanhado" com vinhos de qualidade já razoável, com tampa de rosca, mas não volto a comprar. O último foi um Quinta do Côtto, 2005, do Douro, não esperava.
Espero que muita gente assine a petição para que se faça uma lei a obrigar a dizer na garrafa o material da rolha.
Paulo, eu sei qual é (era ?) a fábrica a que se refere, mas também não sei se é a mesma que agora é a da Dyn'aero ou não ?, como vê também estou cheio de certezas :-)))
ResponderEliminarO aeródromo está de facto a ser expandido (e de que maneira !!!), porque passou a ser a sede de combate aéreo aos incêndios.
Mas como não há bela sem senão, foram abatidas cerca de 500 árvores (entre sobreiros, azinheiras e outras) para que a expansão avançásse. A Quercus ainda se pôs em campo, mas o Governo declarou "imprescindível utilidade pública" e portanto a obra avançou.
Criaram-se mais uma série de postos de trabalho, mas perdemos em árvores, avaliar os prós e contras disto não é nada fácil, não é ?
Obrigado Manuela, divulgue à vontade.
ResponderEliminarJá tinha assinado a petição, e vou ver se a divulgo também.
Esse Quinta do Côtto comigo já não se safa.
Eh lá, ali à Manuela não lhe conhecia a faceta de enóloga :))
ResponderEliminarNada fácil, mesmo! Eduardo, quando me falam em cortar árvores dessas dá-me, um nó no estômago! :((
ResponderEliminarMas não conseguem fazer nada, sem afectar a Natureza?!
É uma boa iniciativa, mas escusavam...
O Portugal positivo devia ter lugar na TV pública em horário nobre durante meia hora, não lhes custava nada, promoviam a iniciativa portuguesa e a compra de produtos nacionais, mas não querem perder o $$$ da publicidade. De forma que ficamos sujeitos aos min. do "Made In Portugal" na TSF. E que se fazem boas coisas cá, fazem! Essa é uma delas.
Quanto às árvores o melhor é aqui a dos bosques enfiar uma rolha! :)))
Eh eh eh,
ResponderEliminarFada agora esteve em grande estilo ! eheheh
Bem sacada essa da rolha.
Infelizmente essa noticia não passara disso, mero sonho. A referida empresa Dyn'aero, desde Julho que está em Lei-off, e o numero de funcionários passou de 60 para 40 e consta que vão mesmo fechar. Em 6 anos que estão em Portugal, só fizeram 100$ um ultraleve. O Unico avião da categoria LSA, um MCR 4S, também da Dynaero, foi feito por outra empresa que também está em Ponte de Sor, chamada Flight Dream, podem seguir pelo link www.flightdream.pt que agora deixaram de representar a Dynaero em Portugal e representam outras empresas e com projectos mais arrojados. Estes sim, são o motivo para dizermos Portugal positivo, porque quanto consegui saber, a Flight Dream é 100% portuguesa, e começam ja no inicio do ano a construir uma mega estrutura em Ponte de Sor, que vai dar muito emprego aos alentejanos. Uma empresa portuguesa que foi escolhida pelo Cirrus Americana para fabricar o ultraleve deles. Portugal reune boas condições para este mercado, e as poucas empresas que searriscam a faze-lo não são apoiadas. Mas o nosso Portugl aposta em empresas estrangeiras que acabam por receber os nossos subsidios e depois vão-se embora.
ResponderEliminarOs meus para bens para Flightdream. Mas sem duvida que esse projecto da cortiça seria excelente, pena que o dinheiro seja para encher os bolsos dos Franceses. Quem não se lembra da ALEIA? Mais uma da Dynaero na Covilha... tanto alvoroço e... nada.
Conheço essa noticia, assim como conheço a sita empresa Flight Dream e seus proprietários.Tive a oportunidade de voar com eles uma vez.
ResponderEliminarAí está uma empresa que merece a nossa admiração que do nada tentam fazer alguma coisa.
A dynaero está à beira da falência e de partida para o norte da Europa. Cortiça, só os amorins.