7 de novembro de 2009

Complexo de inferioridade

Durante muitos anos, quando a conversa versava futebolices, fui desenvolvendo uma ideia que, passados estes anos todos, começa a ganhar corpo e a fazer cada vez mais sentido.
A minha ideia básica consiste na constatação duma realidade cada vez mais palpável e evidente de que em Portugal as pessoas só são adeptas de dois clubes.

Ou são do Benfica ou são do anti-Benifca. Ponto.

Não há ninguém do sporting, nem do porto, nem nada disso, as pessoas ou são do Benfica ou são contra o Benfica, e os que são contra o Benfica dizem-se adeptas do clube A ou B apenas como forma de manifestarem o seu anti-Benfiquismo primário.

A provar o que digo, estão variadíssimos comportamentos e declarações que apontam precisamente neste sentido.

Atente-se por exemplo na conferência de imprensa de ontem de Paulo Bento, na sua despedida do sporting, onde é o próprio ex-treinador do sporting que identifica como uma das principais causas de insucesso do sporting, o complexo de inferioridade em relação ao Benfica. São palavras de quem esteve à frente da nau sportinguista durante 4 anos, o que seguramente lhe confere credibilidade.

Já para os lados do porto, e apesar das constantes sucessões de títulos ganhos (da forma que se sabe), é vê-los, seja em que jogo for, comemorarem os seus golos às equipas adversárias (mesmo quando esta não seja o Benfica) entoarem de imediato a cançãozinha da ordem :


- SLB, SLB, SLB, SLB, filhos da puta SLB, filhos da puta SLB !


Quando tudo isto não é complexo de inferioridade então não sei o que será ?


P.S.
Se calhar convém explicar que enquanto escrevi isto, fi-lo com um sorriso sacrista nos lábios e com o objectivo, unico e exclusivo, de despertar umas "bocarras" que apimentassem o tema.
É que agora reli isto e ... não quero que fiquem a pensar que sou algum ferrenho e acéfalo adepto, ok ?

4 comentários:

  1. Com enorme "fair play" estou em rigorosas condições de asseverar que em Portugal há, pelo menos, um adepto (de trazer por casa, é certo) do Porto e que não entende a necessidade desse cântico. Mas manda a verdade que se diga que, mesmo no Dragão, mais de metade dos adeptos não pactuam com isso!

    Quanto à forma que se sabe sobre o vencimento dos títulos, aí, meu caro, e também com enorme "fair play", é preciso topete!

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  2. Oh Ferreira-Pinto, você, e a maioria de quem aqui me visita, não me conhece, mas aqueles que privam comigo sabem que este meu discurso dos 2 clubes é recorrente, e uso-o sempre que quero andar no "picanço" com os meus amigos sportinguistas e portitas.
    E o que eu gosto destas picardias !
    Mas depois de escrever isto, embuido desse meu espírito trocista, é que reparei que, as pessoas que não me conhecem, poderiam pensar que eu estava aqui a falar a sério.
    Acredite que, desde que iniciei o blog, foi a primeira vez que me arrependi de ter escrito um post.
    Estive até para o apagar. Mas ainda bem que você apareceu com esse fair-play, e me ajudou a digerir isto.
    Isto de facto quando se escreve, tem de se ter um cuidado acrescido.

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  3. Ó Eduardo ia lá eu agora apoquentar-me com um escrito destes quando , nalguns dos argumentos que coloca, tem razão?
    Por exemplo, e como lhe disse, não entendo aquela de ser necessário recorrer ao insulto fácil para apoiar (?) a nossa equipa; o mesmo se diga para alguns cachecóis que por aí se verem à venda com aquelas coisas verdadeiramente comoventes ... enfim.
    Eu até gosto duma certa rivalidade e dumas picardias, mas o que passa dos limites basta.
    Daí que se contem pelos dedos da mão as vezes que coloquei os pés nas Antas e depois no Dragão; ou da única vez que fui ao D. Afonso Henriques em que mesmo estando à civil com mais dois amigos no meio de pessoas de ambos os clubes tivemos de andar a fugir das latas arremessadas pelos tipos da claque vitoriana!
    Eu se quiser levar no lombo vou para um ringue.
    A única coisa que me deixa assim mais ao bravo é a recorrente desculpa que o Porto ganha o que ganha com recurso à batota.
    Ainda bem que não apagou nada. Era o que mais faltava auto-censura. Há por aí muitos "manuéis gouveias" mas nós cá estamos!

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  4. Sendo assim, estamos em sintonia. Entre os meados dos anos 80 e princípios de 90, quase não falhava um jogo na antiguinha Luz. Depois, com o crescimento das claques e com as alarvidades que por lá via, comecei a deixar de ser tão regular. Até que um dia vi uma barbaridade de agressão tão grande, entre adeptos do próprio Benfica que decidi que aquilo não era para mim. No novo estádio fui ver 2 jogos internacionais, nada mais.
    Agora, sempre que posso gosto é de ver uns belos jogos dos regionais. Aquilo sim, é uma tarde bem passada e bem "regada" normalmente ! eheheh

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