22 de setembro de 2010

Ainda os ciganos (Vol. II)

O Órgão Europeu dos Direitos Humanos tomou rapidamente posição contra a deportação de ciganos de França.
Será que este mesmo Órgão tem opinião formada sobre :

1) As crianças ciganas que são proibidas, pelos próprios pais, de frequentarem a Escola.
2) As crianças ciganas que são obrigadas, pelos próprios pais, a trabalharem como vendedores ambulantes pelas ruas das cidades.
3) As jovens ciganas que são impedidas de escolher o seu futuro marido, sendo obrigadas a casar com quem lhes está destinado por "arranjo" entre famílias ciganas.
4) As jovens ciganas, com idade menor,  que são entregues para casamento.
5) As jovens ciganas que são violadas (sexo sem consentimento é violação) pelos maridos que lhes foram destinados.
6) A escravidão a que a maioria das mulheres ciganas é sujeita pelos maridos.

Os problemas resolvem-se pela base, e se estes Órgãos fizessem o trabalho que verdadeiramente lhes competia, ao invés de se limitarem a servir os interesses políticos, demagógicos e propagandistas, o mais natural era que, no caso dos ciganos, já não fosse preciso intervir na sua deportação, porque ela simplesmente não teria ocorrido.
São estas questões de base que todos deveriam de se esforçar por analisar e compreender, antes de tomarem posições ao sabor do flash da máquina fotográfica.
Aqueles que agora se indignam com a deportação dos ciganos de França, sem se darem ao trabalho de compreender porque é que os ciganos são constantemente vítimas (talvez de si mesmos) de situações destas, acabam por ser os seus piores inimigos.

3 comentários:

  1. Como pessoas respeito-os e se forem correctamente ajudados eles respeitarão também a nossa sociedade
    Alguns mais infelizes são destabilizadores das povoações onde se integram.É preciso que para serem aceites conheçam as povoações onde se instalam e respeitem todos com a máxima cortesia

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  2. Ora nem mais, Luís.
    Bem sei que as coisas ditas da forma "nua e crua" como o fiz neste dois últimos posts, cria nas pessoas uma primeira reacção nada favorável.
    Mas, se pensarem bem, e forem analisar a questão na sua origem são capazes de entender melhor e concordar com o que defendo.
    Tal como disse num comentário do post anterior, a integração das pessoas só se faz quando elas se comportam, também, de forma a permitirem essa mesma integração.
    Reforço que abomino comportamentos racistas ou xenófobos, mas se um grupo de pessoas persiste, anós após ano, século após século, em não querer integrar-se no que diz respeito aos deveres, mas a querer usufruir dos direitos, então, vão-me desculpar mas eu não posso ter por eles a melhor opinião.
    Sejam eles ciganos ou não, porque o que está em causa não é a raça ou étnia, mas sim o comportamento de desrespeito pelas mais elementares regras de vivência em sociedade.

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  3. Olá Eduardo,
    Neste último parágrafo consegues resumir toda a questão.

    "Sejam eles ciganos ou não, porque o que está em causa não é a raça ou étnia, mas sim o comportamento de desrespeito pelas mais elementares regras de vivência em sociedade."

    É que é isso mesmo!

    Parace que estou a fazer a apologia dos ciganos, a defendê-los a qualquer custo. Não é isso! A questão que coloco é simplesmente esta: são apenas os ciganos que não cumprem as regras da sociedade onde estão inseridos? Os africanos, (outros há) principalmente as segundas gerações, sem raízes nem cá nem nos países de origem dos pais, cumprem todas as regras estabelecidas? Não criam problemas? Aliás, muitos dos problemas que tivemos ultimamente eram protagonizados por/entre estes dois grupos.
    Vamos lá ser lúcidos. Se tiveres o teu filho numa escola onde sabes que há crianças ciganas ficas tranquilo? Provavelmente não! E agora dir-me-ás: "ah, mas eles são mal comportados, etc." E eu volto atrás e pergunto: e as agressões a alunos e professores, são da responsabilidade unicamente de ciganos?
    As tradições deles, sobre casamento, etc., etc., não nos dizem respeito, a não ser que queiramos impor as nossas regras. Estamos a falar de culturas diferentes. A eles cabe-lhes respeitar o país onde estão inseridos. Ao país de acolhimento cabe respeitar a sua cultura, tentando, de forma gradual, incutir-lhes novos valores, como a escolaridade das crianças, entre outros.
    Em sintese, sabes o que te digo?! Estamos perante um problema gravissímo, e não só com a etnia cigana, como todos muito bem sabemos.
    Abraço, e bom fim-de-semana.

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