As portadas estavam abertas de par em par e a janela escancarada, com as cortinas ligeiramente corridas, permitindo assim que o quarto se inundasse da aconchegante luz daquela amena tarde de Outono.
O silêncio único daquele Alentejo profundo, só de quando em vez era interrompido pelo zumbido das abelhas e das vespas que se banqueteavam, lá fora, nas buganvilias que ladeavam a porta da entrada e subiam, emaranhadas, até à janela do quarto no 1º andar.
Ao longe, ouvia-se também, mas de forma muito ténue, o concerto dos chocalhos das ovelhas que pastavam no serro que levava à Capelinha de São Saturnino.
O corpo lânguido, e a mente torpe, deixavam-se levar por aquele festival de sensações, entregando-se ao prazer único da mais perfeita das sestas.
E que bem que sabe, estar naquele estado de dormência, onde se consegue, quase em simultâneo, ter a percepção de todas aqueles sensações únicas, mas, ao mesmo tempo, dormir e deixar que a mente vagueie por entre sonhos e realidades misturadas.
A sesta no Alentejo é outra coisa !
Sesta? Ai, ai, não gosto nada de sestas! Quem sabe no Alentejo?! Lá nunca experimentei...
ResponderEliminarÉ uma ideia a considerar!
Quanto a abelhas estemos conversados. Há tempos, atravessei o Alentejo com uns amigos, em pleno Verão, com um "fresquinho" que era uma delicia, e um bebé que chorava que nem um desalmado. A mãe, (a minha amiga) teve a felicissima(?) ideia de sair do carro para a criancinha arejar. De repente, vá lá saber-se de onde surgiram, só viamos abelhas à nossa volta.
Só te digo Eduardo, principalmente a minha amiga apanhou o susto da vida dela.
Abraço.
Eu adoro uma boa sesta. É o costado Alentejano a falar mais alto.
ResponderEliminarQuanto às abelhas, são um bichinho tão simpático e se não lhes fizermos mal elas não picam.
Quando se quiserem ver livres delas, assobiem de forma ininterrupta (convém respirarem pelo meio, senão são capazes de se apagarem !!!) e em tom monocórdico que elas tendem a desaparecer.
Ai é? As coisas que tu sabes!...
ResponderEliminarE quem não sabe assobiar, aqui como esta tua amiga?
Tens que me arranjar outro "remédio", de preferência que não me apague.
Tens mesmo costela Alentejana, dorminhoco!
Não sou nada dorminhoco, porque não há dia em que não esteja acordado logo pelas 6 da manhã, e sem despertador. Mas à tarde, se pudesse, doria sempre a sestinha. Como não pode ser sempre que o trabalho não deixa, ao menos ao fds vingo-me !!!
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